terça-feira, 28 de agosto de 2012


É verdade que Jesus nunca se referiu ao casamento homossexual?

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Por Daniel Akin

Hoje é popular, entre aqueles que promovem casamento entre pessoas do mesmo sexo, dizer que Jesus nunca se referiu a essa questão, que Ele permaneceu em silêncio sobre o assunto.

Aqueles que afirmam o entendimento tradicional e histórico do casamento entre homem e mulher frequentemente são admoestados a ir ler a Bíblia mais cuidadosamente. Se nós o fizermos, nos dizem, veremos que Jesus nunca se direcionou a essa questão. Assim, a questão que quero levantar é: “essa afirmação está correta?” É verdade que Jesus nunca falou sobre a questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo?

Quando alguém vai aos Evangelhos para ver exatamente o que Jesus disse, descobrirá que Jesus se direcionou muito claramente tanto a questões sobre sexo quanto sobre casamento. Ele se referiu tanto ao bom uso quanto ao mau uso. E, ao falar sobre os assuntos, Ele deixa claro que as questões do coração são de crítica importância.

Primeiramente, o que Jesus diz sobre sexo? Jesus acreditava que o sexo é uma boa dádiva de um tremendo Deus. Ele também acreditava que o sexo era uma boa dádiva para ser desfrutada em uma aliança de casamento monogâmico e heterossexual. Nisso Ele é claro como cristal. Em Marcos 7, Jesus se direciona ao fato de que todo pecado é, no fim das contas, uma questão do coração. Jesus nunca procurou modificação de comportamento. Jesus sempre procurou transformação de coração. Transforme o coração e você verdadeiramente transformará a pessoa.

Assim, quando Ele lista um catálogo de pecados em Marcos 7.21-33, Ele deixa claro que todos esses pecados eram fundamentalmente questões do coração. Jesus quer erradicar os ídolos do coração.  Entre aqueles pecados do coração que frequentemente levam a ações pecaminosas, Ele inclui tanto imoralidade sexual quanto adultério. (Marcos 7.21).  A expressão “imoralidade sexual”, num contexto bíblico, refere-se a todo comportamento sexual fora da aliança de casamento entre um homem e uma mulher. Portanto, Jesus via o sexo antes do casamento, o adultério e o comportamento homossexual como pecados. E Ele sabia que a cura para cada um é a transformação do coração que é possível por meio das boas novas do Evangelho. O Evangelho nos transforma para que sejamos capazes de não fazer aquilo que nós queremos, mas aquilo que Deus quer. Aqui encontramos a verdadeira liberdade e prazer.

Em Segundo lugar, o que Ele fala sobre casamento? É verdade que Jesus nunca falou sobre a questão em termos de gênero? A verdade é simplesmente não. Ele nos dá Sua perspectiva sobre isso quando se refere à questão em Mateus 19.4-6. Ali, falando sobre a instituição do casamento, Jesus é claro quando diz: “Vocês não leram que, no princípio, o Criador os fez homem e mulher e disse: ‘Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne’ Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém separe.”. Que Jesus era comprometido com o casamento heterossexual não poderia ser mais evidente. Um homem deve deixar seus pais e unir-se a uma mulher que se torna sua esposa. Isso é casamento heterossexual. Que Ele também era comprometido com a permanência e fidelidade do casamento é, também, claro.

Então, como podemos resumir a questão? Primeiramente, Jesus veio para libertas todas as pessoas de todo pecado. O pecado, Ele estava convencido, originava-se no coração e era, no fim das contas, uma questão do coração. Em segundo lugar, Jesus deixou claro que o sexo é uma boa dádiva de um Deus tremendo, e essa boa dádiva deve ser desfrutada em uma aliança matrimonial heterossexual. É simplesmente inegável que Jesus entendia o casamento heterossexual como projeto e plano de Deus. Em terceiro lugar, Jesus vê toda atividade sexual fora dessa aliança como pecado. Em quarto lugar, é uma estratégia interpretativa muito perigosa e ilegítima colocar entre parênteses as palavras de Jesus e lê-las da forma que você gostaria. Não devemos isolar Jesus de Sua confirmação de que o Velho Testamento é a Palavra de Deus, nem separá-lo de Seu contexto do primeiro século judeu. Em quinto lugar, e essas são realmente boas novas, Jesus ama tanto o pecador heterossexual quanto o pecador homossexual e promete perdão gratuito e completa libertação para todo aquele que vai a Ele.

João 8 conta a história de uma mulher pega em adultério. Os legalistas religiosos queriam apedrejá-la, mas Jesus intervém e impede sua morte. Então, Ele olha para a mulher e, com graça e bondade, diz a ela que Ele não a condena. Em seguida, Ele diz “Vá e não peques mais”. Em Mateus 11.28, Jesus fala a todos nós, sobrecarregados sob o terrível peso e carga do pecado. Ouça essas gentis palavras do Salvador, “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei”. Essa é a esperança que se encontra em Jesus. Essa é a esperança que se encontra no Evangelho. Quer alguém seja culpado de pecado heterossexual ou homossexual, achará graça, perdão e liberdade aos pés da cruz onde o terreno é sempre plano.

Quando confiei completamente em Jesus como meu Senhor e Salvador aos 20 anos, decidi que queria pensar como Jesus e viver como Jesus o resto da minha vida.  Quando se refere ao sexo, quero pensar como Jesus. Quando se refere a casamento, quero pensar como Jesus. Isso significa que eu vou afirmar a aliança matrimonial heterossexual. Isso também significa amar cada pessoa independentemente de suas escolhas de estilo de vida. Isso significa, como Seu representante, proclamar o Evangelho estendendo a outros a graça transformadora do Evangelho, que nos encontra como estamos, mas maravilhosamente não nos deixa da mesma forma. Essa é uma esperança e uma promessa que os seguidores de Jesus orgulhosamente oferecem a todos, porque formos destinatários dessa mesma maravilhosa graça.

Fonte: Ipródigo

sábado, 25 de agosto de 2012

Tomar a sua cruz Marcos 8:34


Tomar a sua cruz 

 Marcos 8:34 

 Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.  

Introdução 

- Com dissemos anteriormente, o pecado se centraliza no amor-próprio, confiança própria e autoafirmação. 

- A cruz significa o oposto. Significa confiança em Deus, amor a Deus, entrega a Deus, e não ao eu. 

- Jesus insistiu na necessidade do caminho da cruz, não apenas para si mesmo, mas também para os seus seguidores. 

- A cruz poderia ser literal para os discípulos, como o seria para o mestre. Quer literal, quer não, ela representa uma verdadeira forma de vida através da “morte do eu” em cada discípulo. 

- A cruz era um cruel meio de execução, que os romanos haviam tomado emprestado dos cartagineses, e empregado para a humilhante e torturante execução. Exigia-se do condenado que carregasse a barra transversal da cruz, que, no lugar da execução, iria ser afixada à peça vertical. 

Jesus fez da cruz um símbolo da vitória. 

 1) Cidadãos deste mundo não aceitam ser crucificados. 

-  Nos dias de Jesus, só eram crucificados os condenados que não fossem cidadãos romanos. Ser cidadão romano era ser cidadão do mundo, pois o império romano dominava o mundo. 

- A afirmação feita por Jesus escandalizava os romanos, pois aceitar o que Jesus ensinou era negar a si o direito à cidadania romana. 

- Da mesma forma, podemos afirmar que aceitar a mensagem de Jesus hoje, é negar ser cidadão deste mundo para se tornar cidadão dos céus. 

- Cidadãos deste mundo rejeitam a mensagem do evangelho esquecido, pois não estão dispostos a negarem a si mesmos, todos os direitos que adquiram neste mundo. 

 2) O que significa tomar a sua cruz? 

- A cruz é a completa autonegação e autodoação, primeiramente no próprio Jesus, e depois como um princípio transformador naqueles que nEle confiam. 

- Cada pessoa encontra a verdadeira vida, quando a submete a Cristo, ou perde-a por causa da confiança própria, amor próprio e auto-afirmação. 

- Tomar a cruz, tanto para o judeu quanto para o romano, não era apenas um fardo ou um problema; era um instrumento de tortura. 

- A vítima era obrigada a carregar a sua cruz até o lugar de sua execução, portanto, tomar a cruz exige uma dedicação absoluta até a morte. 

- Quem cuida da sua própria segurança está perdido, mas se alguém se percebe perdido, por amor de Cristo e do evangelho, estará salvo. 

 Conclusão 

-  O evangelho esquecido não tem meios termos. Para ser discípulo é preciso negar-se a si mesmo, tomar a sua cruz e seguir a Cristo. 

- O apóstolo Paulo nos diz: “Porque eu, pela lei, estou morto para a lei, para viver para Deus. Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” (Gl. 2:19,20) 


 FONTE: http://pastorzico.blogspot.com.br/search/label/Esbo%C3%A7o%20de%20Serm%C3%B5es




sexta-feira, 24 de agosto de 2012

NEGUE A SI MESMO


Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Lucas 9:23.
Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome 
diariamente a sua cruz e siga-me. Lucas 9:23.

(LC 9).24 Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim, esse a salvará.

25 Pois, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, e perder-se, ou prejudicar-se a si mesmo?

26 Porque, quem se envergonhar de mim e das minhas palavras, dele se envergonhará o Filho do homem, quando vier na sua glória, e na do Pai e dos santos anjos.

(MT 11).28 Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.
29 Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas.
30 Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo e leve.

(JO 6).37 Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora.

(JO14). 6 Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim
Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Lucas 9:23.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

sermão pregação /deixando os cantaros


“Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, e foi à cidade, e disse àqueles homens: Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Porventura não é este o Cristo.” (Jo. 28,29)

            Após ouvir a bela mensagem da salvação que foi ministrada por Cristo, tendo compreendido e aceitado, a mulher samaritana deixou o seu cântaro, e foi anunciar as grandezas de Jesus aos moradores da sua cidade. É interessante observar que o bem mais precioso e necessário que ela possuía naquele momento era o seu “cântaro”. Ele representava o suprimento de suas necessidades básicas! Era imprescindível não abrir mão dele. Contudo, ao receber a mensagem salvadora de Cristo, essa mulher teve a sua história de vida mudada. Diante dessa nova realidade, ela abriu mão daquilo que era importante para compartilhar algo muito melhor. Ela compreendeu que precisava compartilhar da grande bênção que havia recebido. Assim também acontece em nossa vida cristã. Há cântaros em nós que precisam ser deixados, para cumprirmos nossa missão. São contextos e situações que apesar de serem importantes, estão nos atrofiando e impedindo que avancemos no cumprimento da nossa missão. Cristo nos salvou! Agora somos livres e precisamos levar essa mensagem salvadora a outros. Eles precisam de Jesus!
            Que tipo de cântaro o tem impedido de compartilhar Jesus? Pela fé deixe-o nesse momento e corra em direção àqueles que em trevas, estão perdidos e necessitados de ouvir que “Só Jesus Cristo salva.”




            Pr. Waldyr Silva do Carmo
IGREJA CASA DE ORAÇÃO CEHAB
http://casadeoracaocehab.blogspot.com
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AS TRÊS PENEIRAS DE PAULO


AS TRÊS PENEIRAS DE PAULO

 
Por Judiclay S Santos

Sócrates, o pai da filosofia, costumava falar sobre a necessidade de passarmos tudo que ouvimos por três peneiras. Ele estabeleceu como critério o que mais tarde passou a ser chamado de As Peneiras de Sócrates. 

Quando alguém chegava para contar-lhe alguma coisa ele perguntava: você já passou o que esta me contando pelas três peneiras? Então, o filósofo fazia três criteriosas perguntas.

A primeira peneira: É verdade o que você está falando? Se a pessoa titubeasse, dizendo: “Eu escutei falar que é verdade.” Sócrates prontamente dizia: “Bom se você escutou falar, você não tem certeza”. A segunda peneira: Você já falou para pessoa envolvida o que está me falando? Se você se importa tanto, a primeira pessoa que deve saber é a pessoa diretamente envolvida. A terceira peneira: O que você vai me contar vai ajudar essa pessoa? Vai ser boa, vai ser útil, vai beneficiar, vai ajudar alguma coisa? Se a pessoa não pudesse responder positivamente ao crivo dessas três perguntas, Sócrates então dizia: Não precisa nem contar; não quero saber.

A Palavra de Deus nos exorta a tomar muito cuidado com o uso da língua. Como cristãos devemos submeter nossa vida ao senhorio de Cristo, inclusive a nossa língua. As Escrituras nos orientam a passar nossas palavras no que iremos chamar de As três Peneiras de Paulo.

A PENEIRA DA VERDADE.

Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros. Ef 4.25

A PENEIRA DO AMOR.

Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Ef 4.15

A PENEIRA DA GRAÇA.

Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe; e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. Ef 4.29

A santificação no falar é uma bênção, pois evita que pequemos contra o Senhor e contra o nosso próximo. Peçamos a Deus toda sabedoria necessária para que possamos abençoar vidas e glorifica-lo por meio do que falamos. Nós todos deveríamos orar como o salmista: “Põe guarda, Senhor, à minha boca. Vigia a porta dos meus lábios”.  Sl 141.3 “As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, SENHOR, rocha minha e redentor meu!” Sl 19.14.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Se eu tiver fé, poderei fazer mais milagres do que Jesus? DITOS DIFÍCEIS DE JESUS - IV


Se eu tiver fé, poderei fazer mais milagres do que Jesus? DITOS DIFÍCEIS DE JESUS - IV


Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai (João 14.12).

Jesus fez esta promessa aos seus discípulos na noite em que foi traído, antes de ir com eles para o Getsêmani, durante o jantar em que instituiu a Ceia. O Senhor falou que iria para o Pai preparar lugar para os discípulos (Jo 14.1-4), e em seguida explicou como eles chegariam lá (14.5-6). Respondendo ao pedido de Filipe para que lhes mostrasse o Pai, Jesus explica que Ele está de tal forma unido ao Pai, que vê-lo é ver o Pai (14.7-9). E como prova de que Ele está no Pai e o Pai está nEle, Jesus aponta para as obras que realizou (14.10-11). E em seguida, faz esta promessa, “aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai” (14.12).

Este dito de Jesus é difícil porque parece prometer que seus discípulos seriam capazes de realizar os milagres que Ele realizou, e até mesmo maiores, se somente cressem nEle – e pelo que lemos no livro de Atos e na história da Igreja, esta promessa não parece ter-se cumprido. Compreender o real sentido desta passagem tem se tornado ainda mais crucial pois ela tem sido usada, após o surgimento do movimento pentecostal e seus desdobramentos, para defender modernas manifestações miraculosas, iguais e maiores dos que as efetuadas pelo próprio Jesus Cristo.

Há duas principais tentativas de interpretar este dito de Jesus:

1. As “obras” são os milagres físicos realizados por Jesus

A interpretação popular e mais comum, aceita pela maioria dos evangélicos no Brasil (esta maioria, por sua vez, é composta na maior parte por pentecostais e neopentecostais), é que Jesus realmente prometeu que seus discípulos seriam capazes de realizar os mesmos milagres que Ele realizou, e mesmo maiores. É importante notar que muitos membros de igrejas históricas, como presbiterianos, batistas, congregacionais e episcopais, entre outros, também foram influenciados por este ponto de vista. Nesta interpretação, a palavra “obras” é entendida exclusivamente como se referindo aos milagres físicos que Jesus realizou, como curas, exorcismos e ressurreição de mortos. Os adeptos desta interpretação entendem que existem hoje pastores, obreiros e crentes com capacidade para realizar os mesmos milagres de Jesus – e até maiores. Defendem que curas, visões, revelações e de outras atividades miraculosas estão acontecendo no seio de determinadas igrejas nos dias de hoje, exatamente como aconteceram nos dias de Jesus e dos apóstolos. E desta perspectiva, se uma igreja evangélica não realiza estes sinais e prodígios, significa que ela é fria, morta, sem fé viva em Jesus.

Apesar desta interpretação parecer piedosa e cheia de fé (e é por isto que muitos a aceitam), tem algumas dificuldades óbvias. Primeira, apesar dos milagres que realizaram, nem os apóstolos, que foram os cristãos mais próximos desta promessa, parecem ter suplantado aqueles de Jesus, em número e em natureza. Jesus andou sobre as águas, transformou água em vinho, acalmou tempestades e suas curas, segundo os Evangelhos, atingiram multidões. Não nos parece que os apóstolos, conforme temos no livro de Atos, suplantaram o Mestre neste ponto. Segundo, a História da Igreja não registra, após o período apostólico, a existência de homens que tivessem os mesmos dons miraculosos dos apóstolos e que tenham realizado milagres ao menos parecidos com os de Jesus. Na verdade, os grandes homens de Deus na História da Igreja nunca realizaram feitos miraculosos desta monta, como Agostinho, Lutero, Wycliffe, Calvino, Bunyan, Spurgeon, Moody, Lloyd-Jones, e muitos outros. Os pregadores pentecostais que afirmam ser capazes de realizar milagres semelhantes, e ainda maiores, não têm um ministério de cura e milagres consistente e ao menos semelhantes aos de Jesus. O famoso John Wimber, um dos maiores defensores das curas modernas, morreu de câncer na garganta. Antes de morrer, confessou que nunca conseguiu curar uma criança com problemas mentais, e nem conhecia ninguém que o tivesse feito.  Os cultos de cura de determinadas igrejas neopentecostais alegam milagres que são de difícil comprovação. Terceiro, esta interpretação deixa sem explicação o resto da frase de Jesus: “aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai” (14.12). E por último, esta interpretação implica que os cristãos que não fizeram os mesmos milagres que Jesus fez não tiveram fé suficiente, e assim, coloca na categoria de crentes “frios” os grandes vultos da História da Igreja e milhões de cristãos que nunca ressuscitaram um morto ou curaram uma doença.

Esclareço que não estou dizendo que Deus não faz milagres hoje. Creio que Ele faz, sim. Creio que Ele é poderoso para agir de forma sobrenatural neste mundo e que Ele faz isto constantemente. O que estou questionando é a interpretação desta passagem que afirma que se tivermos fé faremos milagres maiores do que aqueles realizados por Jesus.

2. As “obras” se referem ao avanço do Reino de Deus no mundo

A outra interpretação entende que Jesus se referia obra de salvação de pecadores, na qual, obviamente, milagres poderiam ocorrer. Os principais argumentos em favor desta interpretação são estes:

a. A expressão “quem crê em mim” é usada consistentemente no Evangelho de João para se referir ao crente em geral, em contraste com o mundo que não crê. Examine as passagens abaixo:

  • Jo 6:35  Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede.
  • Jo 6:47  Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna.
  • Jo 11:25-26  Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto?
  • Jo 12:46  Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.

Fica claro pelas passagens acima que aqueles que crêem em Jesus são os crentes em geral, e que a fé em questão é a fé salvadora. Por analogia, a expressão “quem crê em mim” em João 14.12 também se refere a todo crente, e não àqueles que teriam uma fé tão forte que seriam capazes de exercer o mesmo poder de Jesus em realizar milagres – e até suplantá-lo!

b. O termo “obras” referindo-se às atividades de Jesus, é usado no Evangelho de João para se referir a tudo aquilo que Ele fez, conforme determinado pelo Pai, para mostrar Sua divindade, para salvar pecadores e para glorificar ao Pai. Veja estas passagens: Jo 4:34; 5:20,36;  6:28,29; 7:3; 9:3,4; 10:25,32,33,37,38; 14:10,11; 14:12; 15:24; 17:4. O termo “obras” não se refere exclusivamente aos milagres de Jesus, muito embora em algumas ocorrências os inclua. No contexto da passagem que estamos examinando, Jesus usa o termo “obras” para se referir às palavras que Ele tem falado: “Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras” (Jo 14.10). É evidente, portanto, que não se pode entender o termo “obras” em Jo 14.12 como se referindo exclusivamente aos milagres físicos realizados por Jesus. O termo é muito mais abrangente e se refere à sua toda atividade terrena realizada com o fim de salvar pecadores: palavras, atitudes e, sem dúvida, milagres.

c. A frase “porque eu vou para junto do Pai” fornece a chave para entender este dito difícil. Enquanto Jesus estava neste mundo, sua ação salvadora era limitada pela sua presença física. Seu retorno à presença do Pai significava a expansão ilimitada do Reino pelo mundo através do trabalho dos discípulos, começando em Jerusalém e até os confins da terra. Como vimos, as “obras” que Ele realizou não se limitavam apenas aos milagres físicos, mas incluíam a influência dos mesmos nas pessoas e a pregação do Reino efetuada por Jesus. Estas obras, porém, estavam limitadas pela Sua presença física em apenas um único lugar ao mesmo tempo. As “obras maiores” a ser realizadas pelos que crêem devem ser entendidas deste ponto de vista: os discípulos, através da pregação da Palavra no mundo todo, suplantaram em muito a área de atuação e influência do Senhor Jesus, quando encarnado.

Adotar a interpretação acima não significa dizer que milagres não acontecem mais hoje. Estou convencido de que eles acontecem e que estão implícitos neste dito do Senhor Jesus. Entretanto, eles ocorrem como parte da obra de expansão do Reino, que é a obra maior realizada pela Igreja.

O dito de Jesus, portanto, não está prometendo que qualquer crente que tenha fé suficiente será capaz de realizar os mesmos milagres que Jesus realizou e ainda maiores – a Escritura, a História e a realidade cotidiana estão aí para contestar esta interpretação – e sim que a Igreja seria capaz de avançar o Reino de Deus de uma forma que em muito suplantaria o que Jesus fez em seu ministério terreno. Os milagres certamente estariam e estão presentes, não como algo que sempre deve acontecer, dependendo da fé de alguns, e não por mãos de pretensos apóstolos e obreiros super-poderosos, mas como resposta do Cristo exaltado e glorificado às orações de seu povo.

sábado, 4 de agosto de 2012

Periguete "Gospel" [elas estão por toda parte]


Periguete "Gospel" [elas estão por toda parte]

Por Dani Moraes

Há muito se sabe que os homens são atraídos pelo olhar. Não é segredo pra ninguém que um homem consegue se excitar em questão de segundos. Basta deslizar os olhos pelas curvas bem distribuídas de uma mulher, estando ela de roupa ou não. Existe uma comparação muito antiga e verdadeira que diz: “os homens são como forno elétrico, “acendem” num piscar de olhos, e as mulheres como forno a lenha, precisam de uma boa dose de carinho, atenção e afeto para que surja a primeira chama.” Não, os homens não agem desta forma porque são tarados e maníacos sexuais, mas sim por causa da sua formação neurológica e hormonal. Eles foram criados assim! “Quer dizer então que se o meu marido trabalha com uma periguete vai passar o dia excitado e ardendo em desejo?” Depende. Se vocês tiverem uma vida sexual satisfatória e seu marido for um homem temente a Deus, capaz de controlar seus olhos e pensamentos, um decote ou bumbum bonitinho não causará muito estrago. Mas infelizmente esta não é a realidade da grande maioria dos casamentos. E pra piorar, existe algo que agrava um pouco mais a situação: a maneira como nós, mulheres, nos vestimos. E é sobre este assunto que quero falar.

Está em alta uma nova moda, uma moda que chegou para destruir vidas e relacionamentos. Estou falando do “estilo periguete”. Vamos juntos analisar alguns modelitos:

- Saias abajur de perereca – criada para cobrir nádegas e pelos pubianos, apenas;
– Blusinhas guardanapo – peça produzida para evitar que os mamilos apareçam;
– Vestidinho saída de banho – união das duas peças acima, mas com uma vantagem: cobre o umbigo;
– Peças segunda pele – deixa tudo em relevo, inclusive a cicatriz da cirurgia de apendicite.

O interessante, é que as adeptas a esse estilo não sentem frio. Não sei qual o segredo. Talvez o fogo que vem de dentro. Mas notei que quando a temperatura está abaixo de 10°C, o problema é solucionado com um casaquinho e uma meia arrastão.

“Meu Deus, mas essas moças estão por todos os lados! Será que consigo me refugiar dentro da igreja?” Sinto-lhe informar, mas o estilo periguete já adentrou o mundo gospel. Os modelitos não chegam a ser tão ousados, mas também causam estrago. A moda gospel conta com peças segunda pele, decotes ousados e blusinhas puxa-puxa: uma mão levantada pra louvar e a outra puxando a blusa para evitar que a barriga apareça.

“Ai Dani, mas que exagero!” Não, não estou exagerando. Há uns 2 meses atrás, uma esposa compartilhou comigo que seu marido havia passado todo o período do culto desnorteado. Não conseguiu prestar atenção em uma palavra sequer, por conta de um bumbum bem modelado em uma calça jeans agarrada no banco da frente. Este bumbum pertencia a uma mulher casada e mãe de dois filhos. Escutei também o desabafo de um esposo: “Durante os cânticos da igreja, tenho que permanecer de olhos fechados, por conta dos decotes, calças agarradas e barriguinhas das meninas que cantam no louvor”. Não, não os culpo por isso. Lembre-se que um homem “acende” apenas com o toque de um botão, os olhos. E não demora muito para que o pensamento pegue fogo. E se este homem não for tremendamente comprometido com Deus e com sua esposa, um incêndio se inicia. Este incêndio se alastra lentamente, levando consigo a paz do seu casamento.

Mulheres, estamos levando os homens ao adultério com nosso modo de vestir! “Mas eu lhes digo: Qualquer que olhar para uma mulher e deseja-la, já cometeu adultério com ela no seu coração” Mateus 5:28. “Mas Dani, os homens deveriam controlar suas mentes e olhos!” Sim, eu creio nisto, mas nós podemos facilitar, e muito, este trabalho. Como? Sendo mais críticas ao analisarmos nossa imagem no espelho. Se você for casada, ao se vestir, pergunte ao seu marido se ele se excitaria ao ver uma mulher vestida desta forma. Preste atenção se a roupa salienta demais o seu bumbum. Se precisar abaixar, os seus seios ficarão a mostra? Se precisar levantar as mãos a barriga vai aparecer? A roupa é tão agarrada que mostra cada uma das suas curvas?

Quando somos sensuais e ousadas no nosso modo de vestir, transmitimos a seguinte mensagem: “É isto que eu sou! Este é o melhor que tenho a oferecer”. É como se apertássemos com nossos próprios dedos os “botões de excitar” de todos os homens que passam por nós, casados ou não. Talvez, sem saber, já tenhamos sido motivo de discórdia entre um casal e quem sabe até de uma separação. Isso é realmente triste e trágico! Por outro lado, quando nos vestimos de forma decente e discreta, fazemos com que as pessoas enxerguem em nós qualidades que provavelmente ficariam ocultas atrás de um belo decote.

O diabo trabalha duro para te fazer acreditar que terá toda a sua carência emocional suprida se exibir o seu corpo com uma boa dose de sensualidade. É bem provável que até consiga se sentir querida e desejada por um período de tempo, mas é certo que sairá ferida de qualquer relacionamento que se inicie com esta motivação. Um homem que mostra interesse em uma mulher que expõe seu corpo dessa forma, deseja usufruir de tudo aquilo que tem enchido os seus olhos, mesmo que para isso seja necessário dizer um “eu te amo” ou “você é a mulher da minha vida”. Sim, os crentes também fazem isto. E depois que ele estiver bem satisfeito, vai descartá-la como um simples objeto, afinal, não foi isso que você mostrou ser? Um belo pedaço de carne?

Aos pais, eu digo: não permita que sua filha se exponha desta maneira. Ensine-a a se vestir e se portar como uma dama. Li um relato no livro Educando Meninas, de uma jovem de 16 anos que se vestira indecentemente para sair com seus amigos. Ela passou pelo seu pai, esperando que fosse barrada, mas ele apenas a abraçou e disse: “Juízo minha filha!” Ela deu um sorrido e saiu desapontada. Confessou ao autor do livro que o seu maior desejo naquele momento era que seu pai a tivesse impedido de sair vestida daquela maneira: “Eu provavelmente iria me chatear e retrucar, mas teria a certeza de que meu pai realmente se importa comigo.” Mulheres que se portam como vadias, atrairão cafasjestes. Quer se casar com um cavalheiro? Então porte-se como uma dama!

Agora falo às meninas e mulheres: Guarde seu corpo, proteja-o. Ele é templo do Espírito Santo de Deus: “Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos? Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o corpo de vocês.” 1 Coríntios 6: 19 e 20. Não permita que outros roubem com os olhos aquilo que pertence a outra pessoa. Seu corpo pertence ao seu marido (ou futuro marido). Agindo desta forma, você estará preservando a sua saúde emocional, espiritual, o seu casamento (ou futuro casamento) e também o relacionamento de muitas outras pessoas.

De vez em quando, minha filha vê na televisão mulheres com roupas minúsculas, dançando e rebolando. Evitamos expô-la a esse tipo de programa, mas nem sempre é possível, por isso, já conversamos sobre o assunto. Explicamos a ela que o nosso corpo é muito especial, e só deve ser mostrado dessa forma ao nosso cônjuge. O próprio Deus habita em nós, e que Ele se entristece com esse tipo de comportamento. Como posso permitir que outros homens devorem com os olhos aquilo que pertence ao meu marido? Ela entendeu o recado e hoje, não se sente bem quando presencia essas cenas.

Lembre-se: A sua carne deseja as coisas deste mundo, ela vai tentar seduzi-la e arrastá-la: “Cada um, porém, é tentado pela própria cobiça, sendo por esta arrastado e seduzido. Então a cobiça, tendo engravidado, dá à luz o pecado, e o pecado, após ter-se consumado, gera a morte.” Tiago 1:14-15. O vazio no seu peito e a necessidade de se sentir amada e desejada não pode ser suprida por um homem. Só Deus pode suprir sua carência emocional. Se você não teve um pai que foi amigo, companheiro, seu maior admirador e ao mesmo tempo um exemplo de autoridade, é muito provável que você busque inconscientemente suprir esta falta com os homens que passarem pela sua vida, seduzindo-os através do seu corpo e modo de vestir. Pesquisas comprovam isto. Mas saiba que a única coisa que vai colher é decepção e frustração, pois como diz o versículo, o pecado após ter sido consumado, gera a morte. Morte espiritual.

Deus pode enchê-la de tal forma e fazê-la tão feliz, que a sua busca desesperada chegará ao fim, busque-o! “Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai que está no céu dará o Espírito Santo a quem o pedir!” Lucas 11:13”. “Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração. Eu me deixarei ser encontrado por vocês”, diz o Senhor”. Jeremias 29:13-14.

Estando cheia do Espírito Santo, você se sentirá bastante incomodada ao utilizar uma peça de roupa indecente. O próprio Deus irá te conduzir a cuidar e preservar o seu corpo, fazendo com que as pessoas sejam atraídas não pelo seu modo de vestir, mas sim pelo(a) seu/sua:

Cheiro: “Mas graças a Deus, que sempre nos conduz vitoriosamente em Cristo e por nosso intermédio exala em todo lugar a fragrância do seu conhecimento, porque para Deus somos o aroma de Cristo entre os que estão sendo salvos e os que estão perecendo”. 2 Coríntios 2:14-15 .

Luz: “Disse Jesus: Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida”. João 8:12. “Vocês são a luz do mundo. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus”. Mateus 5:14 e 16

Vida: “Respondeu Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.” João 14:6. “Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá”. João 11:25

Alimento: “Então Jesus declarou: “Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome, aquele que crê em mim nunca terá sede”. João 6:35

Água: “Jesus respondeu: “Quem beber desta água (comum) terá sede outra vez, mas quem beber da Água que eu lhe der nunca mais terá sede. Pelo contrário, a Água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de Água a jorrar para a vida eterna”. João 4:13-14

Não quero com esse texto trazer condenação a ninguém, afinal: “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito”. Romanos 8:1

Eu, assim como vocês, ainda estou aprendendo. Sou apenas uma aluna, talvez uma das piores… Meu desejo é o de aprender para poder ajudar e ensinar a outros. E para isso, conto com o melhor dos professores: “Nós, porém, não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito procedente de Deus, para que entendamos as coisas que Deus nos tem dado gratuitamente. Delas também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito, interpretando verdades espirituais para os que são espirituais”. 1 Coríntios 2:12-13

Te convido a fazer parte desta turma. Hoje!

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Um texto contundente, oportuno e urgente. Direto do Blog Salve meu casamento.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Por um pouco de decência (Augustus Nicodemus)


Por um pouco de decência (Augustus Nicodemus)

Por um pouco de decência...

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Rev. Augustus Nicodemus


Esse artigo é sobre pornografia. Alguém já disse que é mais fácil reconhecer a pornografia que defini-la. Os dicionários nos dizem que pornografia é o caráter moral ou obsceno de uma publicação. Material pornográfico é aquele que descreve ou retrata atos ou episódios obscenos ou imorais, Essas definições não ajudam muito pois conceitos como “obscenos” e “morais” são bastante subjetivos no mndo de hoje.

Classificar material pornográfico em "soft" (nudez e sexo implícito) e "hardcore" (sexo explícito, contendo cenas de degradação, violência e aberrações) só ajuda didaticamente. Para muitos, "Playboy" é uma revista pornográfica. Para outros, não. É exatamente pela complexidade do assunto, agravado pela omissão de boa parte das igrejas no Brasil, que muitos evangélicos estão confusos, e não poucos são viciados em alguma forma de pornografia. Aqui estão as minhas razões para essa constatação:


I - A Tremenda Popularidade da Pornografia no Mundo de Hoje!

Uma estatística de 1995 revelou que os americanos gastam mais em pornografia do que em Coca-Cola. Não é difícil de imaginar que a situação no Brasil não seja muito diferente. Até países antigamente fechados, como a China, em 1993 assistiu a uma enxurrada de material pornográfico em seus limites, após ter aberto, mesmo que um pouco, as suas fronteiras para receber ajuda estrangeira. Mensalmente, cerca de 8 milhões de cópias de revistas pornográficas circulam no Brasil. Em 1994, a venda de vídeos pornôs chegou perto de 500 milhões de dólares. Não é de admirar que as locadoras reservem cada vez mais espaço nas prateleiras para vídeos pornôs. Segundo uma pesquisa, em 1992, um em cada quatro brasileiros assistiu a um filme de sexo explícito. O mesmo fizeram 13% das mulheres entrevistadas. Em 1995, esse número dobrou para os homens e aumentou um pouco em relação às mulheres.

II - A Imensa Facilidade Para Se Conseguir Material Pornográfico No Mundo de Hoje.

Como na maioria dos demais países "civilizados" (uma conhecida exceção é o Irã), material pornográfico pode ser encontrado e consumido facilmente no Brasil, em diversas formas: cinema, canais abertos de televisão, televisão a cabo e no sistema "pav-per-view", Internet, fitas de vídeo, CD-ROMs com material pornográfico, gravuras, exposições de arte erótica, livros, revistas e videogames, entre outros. Parece não ter fim a criatividade do homem em utilizar-se dos avanços tecnológicos para a difusão da pornografia. Como disse o escritor francês Restif de la Bretone no século XVIII, "La dépravation suit progrés des lumières" ("A depravação segue o progresso das luzes").

Muito embora os evangélicos em geral sejam contra a pornografia (alguns apenas instintivamente) nem todos estão conscientes do perigo que ela representa. Menciono alguns deles em seguida:

1) Consumir deliberadamente material pornográfico é violar todos os princípios bíblicos estabelecidos por Deus para proteger a família, a pureza e os valores morais. A própria palavra "pornografia" nos aponta esse realidade. Ela vem da palavra grega "pornéia" que, juntamente com mais outras três palavras ("pornôs", "pornê" e "pornéuo"), são usadas no Novo Testamento para a prática de relações sexuais ilícitas, imoralidade ou impureza sexual em geral. Frequentemente essas palavras de raiz "porn-" aparecem em contextos ou associadas com outras palavras que especificam mais exatamente o tipo de impureza a que se referem: adultério, incesto, prostituição, fornicação, homossexualismo e lesbianismo. O Novo Testamento claramente condena a "pornéia": ela é fruto da carne, procede do coração corrupto do homem, é uma ameaça à pureza sexual e devemos fugir dela, pois os que a praticam não herdarão o reino de Deus. A pornografia explora exatamente essas coisas — adultério, prostituição, homossexualismo, sadomasoquismo, masturbação, sexo oral, penetrações com objetos e — pior de tudo — pornografia infantil, envolvendo crianças de até 4 anos de idade.

2) Consumir deliberadamente material pornográfico é contribuir para uma das indústrias mais florescentes do mundo e que, não poucas vezes, é controlada pelo crime organizado. Segundo um relatório oficial de 1986, a indústria pornográfica nos Estados Unidos é a terceira maior fonte de renda para o crime organizado, depois do jogo e das drogas, movimentando de 8 a 10 bilhões de dólares por ano. Acredito que o quadro tenha piorado hoje. A indústria da pornografia apóia e promove a indústria da prostituição e da exploração infantil. O dinheiro que pais de família gastam com pornografia deveria ir para o sustento de sua família. Alguns podem alegar que consomem apenas material "soft", contendo somente cenas de nudez, esquecendo-se que esse material é produzido pela mesma indústria ilegal que produz e distribui a pornografia infantil.

3) Consumir deliberadamente material pornográfico é contribuir para a escalada de violência e assédio sexuais contra a mulher e a criança. Não são poucos os relatórios feitos por comissões de pesquisadores que denunciam a estreita relação entre a pornografia e a crescente onda de estrupos, assédio sexual e exploração infantil nos países "civilizados". Vários dos temas mais comuns em pornografia do tipo "hardcore" incluem cenas de sequestro e estupro de mulheres, geralmente com espancamento e tortura, além de outras formas obscenas de degradação. A mensagem que a pornografia passa aos consumidores é que, quando a mulher diz "não", na verdade está dizendo "sim", e que se o estuprador insistir, ela não somente aceitará como também passará a gostar. Assim, a violência contra a mulher é exposta como algo válido e normal. A mulher é vista como objeto sexual a ser usado ao bel prazer dos homens.

Uma forma de "hardcore" é a pornografia infantil. Esse material exibe cenas de sexo envolvendo crianças e adolescentes. Em alguns casos, crianças aparecem assistindo cenas de sexo oral por adultos; noutras, são violentadas e estupradas por adultos; noutras, fazem sexo entre si. Esse material ilegal, desumano e obsceno está disponível pela Internet até mesmo em servidores de universidades federais conforme denúncias de jornais em dias recentes. Grandes provedores têm seções onde usuários podem bater papo sobre sexo e trocar imagens de sexo explícito com crianças, algumas delas tão degradantes, segundo uma denúncia feito pelo Instituto Gutemberg, em julho de 1997, que fazem da revista "Penetrações Profundas" uma publicação para freiras.

Associado com a pornografia hardcore está o surto de violência sexual contra as mulheres e crianças nas sociedades modernas, em que esse material pode ser obtido facilmente. Especialistas americanos mostram que existe uma estreita relação entre a pornografia e a prática de crimes sexuais. Eles afirmam que 82% dos encarcerados por crimes sexuais ontra crianças e adolescentes dmitiram que eram consumidores egulares de material pornográfico. O relatório oficial do chefe de polícia americana (1991) diz: “Claramente a pornografia, quer com dultos ou crianças, é uma ferramenta insidiosa nas mãos dos pedofílicos [viciados em sexo com rianças]". A pornografia está atreitamente associada ao crescente número de estupros. Só nos Estados Unidos, o número conhecido pela polícia cresceu 500% em menos de 10 anos, época que coincide com o aumento da popularidade do material pornográfico e a facilidade de encontrá-lo. Cerca de 86% dos condenados por estupro admitiram imitação direta das cenas pornográficas que assistiam egularmente.

Há boas razões para acreditarmos que no Brasil o número de vangélicos viciados em pornografia seja preocupante. Estima-se que nos Estados Unidos cerca de 10% dos evangélicos estejam afetados pelo problema. Considerando que no Brasil a facilidade em se obter aterial pornográfico é a mesma — ou até maior — que nos Estados Unidos, considerando que a igreja brasileira não tem a mesma formação protestante histórica da sua irmã americana, considerando a falta de posição aberta e ativa das igrejas brasileiras contra a pornografia, como acontece nos Estados Unidos, não é exagerado dizer que provavelmente mais que 10% dos evangélicos no Brasil sejam consumidores de pornografia. Talvez esse número seja ainda conservador, diante do fato conhecido que os evangélicos no Brasil assistem mais horas de televisão por dia que os de muitos países de Primeiro Mundo, enchendo suas mentes com programas que promovem a violência e o erotismo; e, assim, abrindo brechas por onde a pornografia penetre e se enraíze.

Mais preocupante ainda é a probabilidade de que grande parte desse percentual seja de adolescentes evangélicos. Uma pesquisa feita por Josh McDowell, em 22.000 igrejas americanas, revelou que 10% dos adolescentes haviam aprendido o que sabiam sobre sexo em revistas pornográficas; 42% disseram que nunca aprenderam nada sobre o assunto com seus pais; e outros 10% confessaram ter assistido a um filme de sexo explícito nos últimos 6 meses. Uma extrapolação, ainda que conservadora, para a realidade das igrejas brasileiras deixaria pastores e pais em estado de alarme. O escândalo envolvendo o pastor Jimmy Swaggart em 1988 revelou abertamente uma outra face do problema: que há pastores evangélicos também viciados em pornografia. Uma pesquisa feita em 1994 entre pastores evangélicos americanos revelou uma relação estreita entre o consumo de pornografia e a infidelidade conjugal. Por causa do receio de serem apanhados e de estragarem seus ministérios, muitos pastores preferem consumir pornografia como "voyeurs" a praticar o adultério de fato, embora alguns acabem eventualmente caindo na infidelidade prática. Quando me preparava para escrever este ensaio, li diversos artigos sobre pornografia publicados em revistas americanas e européias de aconselhamento pastoral. Muitos deles visam abertamente ajudar pastores viciados em pornografia.

Infelizmente, parece que estamos nos acostumando à falta de decência. Tornamo-nos como os pagãos. Temos a mesma atitude que eles têm para com a nudez e a exposição dos órgãos sexuais. A arqueologia revelou que em muitas das paredes dos templos pagãos cananeus, que foram destruídos pelos israelitas quando conquistaram a terra prometida (Lv 26.1; Nm 33.52), havia desenhos de órgãos sexuais masculinos e femininos. Essas são as formas mais antigas de pornografia que conhecemos. Os cananitas aparentemente representavam os órgãos genitais nas paredes para excitar os adoradores e estimulá-los à prática da prostituição sagrada. Os israelitas, em contraste, tinham uma atitude totalmente diferente quanto à exposição dos órgãos sexuais. Nas Escrituras Sagradas está escrito que Deus cuidou em cobrir a nudez do primeiro casal após a queda (Gn 2.25; 3.7-10). Havia tal preocupação de que as vestimentas cobrissem os órgãos genitais, que a lei de Moisés determinava ao sacerdote ter cuidado para não subir as escadas do altar de forma a deixar que seus órgãos genitais ficassem expostos (Dt 20.26). Cão, o filho de Noé, foi condenado por ter visto a nudez de seu pai. A própria Bíblia se refere à genitália de forma reservada, usando às vezes eufemismos como "nudez" (Lv 18), "pele nua" (Êx 28.42), "membro viril" (Dt 23.1), "entre os pés" (Dt 28.57) e "parte indecorosa" (1 Co 12.23), só para citar alguns exemplos.

Acredito que os pastores e as igrejas no Brasil podem fazer algumas coisas:

— tomar conhecimento dos estudos e relatórios de comissões especializadas sobre os efeitos da pornografia;

— pregar sobre o assunto e especialmente dar estudos para grupos de homens;

— desenvolver uma estratégia pastoral para ajudar os membros de igrejas que são adeptos da pornografia;

— não esquecer que muitos pastores podem precisar de ajuda para eles mesmos;

— criar comissões que se mobilizem ativamente contra a pornografia, utilizando-se dos dispositivos legais que o permitam (uma possibilidade é encorajar os políticos evangélicos a tomar posições bem definidas contra a pornografia);

— desenvolver uma abordagem que trate da sexualidade de forma bíblica, positiva e criativa; tratar desses temas desde cedo com os adolescentes da igreja, expondo o ensino bíblico de forma positiva;

— orar especificamente pelo problema.

Não estou pregando uma cruzada de moralização, embora a igreja evangélica brasileira pudesse tirar bastante proveito de uma. A pornografia é um mal de graves conseqüências espirituais e sociais, ainda que não acredite que devamos fazer dela o inimigo público número 1, como o fazem algumas organizações moralistas e fundamentalistas dos Estados Unidos. Afinal de contas, a raiz desse problema — e de outros — é o coração depravado e corrompido do do homem, que só pode ser mudado pelo evangelho de Cristo. Não acabaremos com a depravação moral somente com leis e discursos políticos. Jack Eckerd, um empresário milionário dono de um negócio que rendia mais de 2,5 milhões de dólares por ano, ao se converter a Cristo, em 1986, determinou que todas as publicações pornográficas vendidas em suas 1.700 lojas fossem retiradas, mesmo que isso significasse a perda de alguns milhões de dólares anuais. Quando o coração é mudado as mudanças morais seguem atreladas.

• Angustus Nicodemus é doutor em Hermenêutica e Estudos Bíblicos no Novo Testamento e coordenador de Teologia Exegética do Centro de Pós-Graduação A. Jumper, da Igreja Presbiteriana do Brasil.

O TRIPÉ DA LIBERDADE CRISTÃ


Por isso, compartilho com você três princípios que regem esse tópico tão controvertido e ao mesmo tempo transcendental, em três textos que serão postados periodicamente: A Liberdade da Consciência, a Liberdade da Simplicidade e a Liberdade da Transcendência. Vamos então ao primeiro ponto.

LIBERDADE DA CONSCIÊNCIA

Philip Yancey já disse que a igreja é o lugar onde unidade não quer dizer uniformidade e diversidade não significa divisão, e eu acrescentaria um ponto a mais: a igreja é o lugar onde liberdade não quer dizer libertinagem. O apóstolo Paulo disse isso na sua carta aos gálatas: “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais de novo, a jugo de escravidão”. Aqui, Paulo fala de uma possível volta ao legalismo mortal, que assim como a libertinagem, também ofendem a Deus. Depois o apóstolo acrescenta: “porque vós irmãos, fostes chamados à liberdade, porém, não useis da liberdade pra dar ocasião à carne, antes sejam servos uns dos outros”. Aí ele dá o arremate final: devemos ser regidos pela lei do amor para utilizarmos bem a lei da liberdade consciente: “porque toda a lei se cumpre em um só mandamento, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.

Que bela cartada! Mas é claro! O amor é o principio que rege todos os espaços da vida e se amamos com o amor de Deus, a lei e os tentáculos absorventes do legalismo com todos os seus preceitos sobre preceitos (como o próprio Jesus se referiu aos fariseus de carteirinha) caem por terra e desmoronam sob a vigência dessa lei superior.

Agora, liberdade é assunto para cristão maduro que é norteado por sua consciência e não por regras. É para aquele que ama como Jesus amou e plaina nas asas do Espírito. Por isso Paulo acrescenta ainda: ”Digo, porém, andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne” (exortação ligada ao legalismo e à libertinagem, pondo os dois no mesmo patamar)....”ora, o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. CONTRA ESSAS COISAS NÃO HÁ LEI”. Então, que me perdoem os suscetíveis, sou um fora da lei assumido, mas um fora da lei que é dirigido por uma lei maior, a Lei do Amor. Ora, o amor de Deus é indomável, e não pode ser medido. Como diria Brennan Manning, o anseio furioso de Deus, fazendo alusão à imensa vitalidade de Jesus em sua busca por uma união conosco.

Assim, nos constituímos foras da lei, quando vivemos subversivamente, à margem do regime tirânico do reino desencantado do legalismo imposto como lei férrea pra se viver.

Sendo assim, toda tentativa de dirigir, cercear, e proibir, não passam de tentativas inócuas de controlar os cristãos, mas nem de longe produzirá cristãos maduros que amam a Deus e saberão fazer boas escolhas, mesmo sem os olhos perscrutadores e suspeitosos dos xerifes da religião os escaneando 24 por dia.

Talvez você diga que isso é arriscado, e eu digo que é! Mas só assim você terá crentes equilibrados, e não eternos bebês crescidos, presos nos cercadinhos da creche eclesiástica, que só sabem fazer o que a liderança manda, mas que no mínimo vacilo, escapam para bem longe da jaulinha das leis humanas.

Quando somos foras da lei regidos pela lei do amor, então tudo que nos tange na vida, orbitará em torno da submissão e lealdade à Cristo e aos homens, quando estes estiverem sendo coerentes com a Lei do Amor, e tudo passará pelo crivo da peneira do “julgai todas as coisas, retendo o que é bom, se desviando de toda forma de mal”, e do pressuposto “todas as coisas me são permitidas, mas nem todas me convêm...” e: “todas as coisas me são permitidas, mas não me deixarei dominar por nenhuma delas”.

Diante do exposto, Você assume que também é um fora da lei?

Não existe Evangelho verdadeiro nem igreja genuína sem simplicidade. Para justificar tão radical assertiva, focalisei o olhar para nosso líder maior, Jesus de Nazaré (alocado nessa cidade menosprezada no norte da Palestina, situada na desprezível região da Galiléia) e seu nascimento em um curral em Belém da Judéia, na mais extrema pobreza.

Jesus era simples e seus seguidores deveriam ter a imagem da simplicidade gravada em suas vidas, como reflexo de seu Mestre maior. Ele mesmo chegou a dizer:

“As raposas tem seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”.

Sem teto, sem cama e sem travesseiro, Jesus nos mostra o caminho da modéstia e da liberdade plena na simplicidade, quando asseverou que os pobres de espírito, e não os ricos presunçosos ou os líderes detentores do poder religioso são os que se depararão com os portões do céu escancarados e entrarão no Reino dos Céus pelas portas.

Isso nos remete ao fato de quão pretensiosos somos quando insistimos em exibir uma vida consumista, ou buscamos um estilo de vida burguesa locupletada de luxo e excessos. Quando agimos assim, é claro, estamos mostrando ao mundo o quão distantes estamos do padrão bíblico de simplicidade defendido por Jesus em palavras e ações concretas.

Quando despediu setenta de seus discípulos em uma missão evangelística, Jesus recomendou que cada missionário deveria levar uma marca identificadora em cada lugar por onde ia: a urgência da missão leva à simplicidade despojada, que não se deixa atrelar a nada nesse mundo:

Não leveis bolsa, nem alforje, nem sandálias, comei de tudo que vos oferecerem...”.

Ele disse com todas as letras para não acumularmos tesouros na terra e sim, nos céus. Ou seja, com tudo isso Jesus nos ensina que em nossa peregrinação por esse mundo, não há tempo pra acumular bens ou criar impérios pessoais, pois somos peregrinos de passagem, nosso evangelho é maltrapilho (Brennan Manning que o diga) e nosso coração é de romeiros despidos de ganância, arraigados somente à vocação para as alturas, para as coisas lá do alto, de onde provém nossa verdadeira cidadania.

Jesus via a igreja como um organismo latejante, cheio de vida pulsando dentro de um corpo, ou como uma família aconchegante com seus membros entrelaçados pelos vínculos indissolúveis do amor, e não como uma construção fria, um prédio de proporções anômalas cheio de líderes poderosos e membros eternamente dependentes emocionais dos profissionais da fé.

Jesus disse que é mais fácil um camelo entrar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus. A mesma regra hermenêutica se aplica ao contexto da igreja. EM JESUS NÃO HÁ TOLERÂNCIA PARA A RIQUEZA OSTENSIVA. Os ricos, porém, podem ser salvos, SE cultivarem um verdadeiro coração peregrino, destituído de ganância e demonstrarem uma disposição cheia da generosidade que se dá incondicionalmente.

A riqueza ostensiva foi a causa da reprimenda severa que Jesus fez ao pastor e à igreja de Laudicéia no livro de Apocalipse. O pastor daquela igreja dizia com arrogância:

“Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma”.

Jesus, nauseado com tanta hipocrisia, arranca-lhe a máscara e responde:

Porque és morno, e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te de minha boca”.

Aí Ele lança o arremate final:

“E tu nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu".

Infelizmente, esse é o triste quadro que vemos hoje.

Catedrais suntuosas, pastores vendidos, exibicionistas, líderes soberbos incorrigíveis, vampiros insaciáveis.

Esses Sistemas humanos engendrados pela ganância irrefreável, totalmente distanciados do modelo original proposto pelo Evangelho,com toda certeza hão de receber as mesmas palavras de Jesus como duro veredicto:

Igrejas ricas e abastadas! Mas pobres, Infelizes, cegas e nuas!

Jesus quando fundou Sua igreja disse: “edificarei minha igreja,” e Paulo conceituando igreja, disse que a igreja era coluna e baluarte da verdade. Infelizmente, muitos seguiram o texto ao pé da letra, pensando em edificações literais, construíram impérios e conglomerados da fé, esquecidos do projeto primordial das singelas reuniões de gente simples, das famílias alegres, partindo o pão de casa em casa, bem antes do imperador construir seus templos magnificentes.

Hoje temos milhões de igrejas, mas pouquíssimas são realmente libertas pela simplicidade. Jesus, o Senhor da igreja, O homem simples por excelência, sempre fugia de toda forma de publicidade ou marketing de Si mesmo. Esse sim, deve ser imitado e seguido.




FONTE:Manoel dC colabora com o Genizah. Conheça seu blog AQUI