Muito boa a reflexão do Guilherme de Carvalho! Mais do que oportuna! Confira aí:
Não acredito que atos de desagravo ao movimento lgbt para melhorar nossa imagem pública sejam o que precisamos agora. Por uma razão muito objetiva: a resposta à revolução afetivo-sentimental não pode ser uma sentimentalização do amor cristão e a mera afetivização da postura pública do evangelicismo. Essa resposta, sem complemento algum, não é crítica; é sentimentalismo. Não passa de um analgésico moral.
Quanto à profanação pública e intencional de símbolos religiosos e de reuniões religiosas, penso que ela deveria ser criminalizada sim. Crítica e rejeição honesta tem o seu lugar. Mas invadir terreiro, quebrar imagens de santos católicos, zoar o profeta Maomé como o Charlie Hebdo fazia, ridicularizar a Cruz dos Cristãos como se fez em Sampa - tudo isso é absurdo e fica ainda mais absurdo quando feito com dinheiro público. Se ato é cometido contra a bandeira do país, é crime; se o funcionário público é desacatado, é crime; mas se a fé é profanada... tá tudo bem? As coisas do Estado são sagradas; as da fé, não? Dói no coração quando meu time é humilhado por uma diretoria corrupta, mas não sinto nada quando fazem chacota com minha fé? Tem treta aí. Tratar o crime como crime não é falta de amor. Indiferença religiosa não é amor.
Quem não vê a violência simbólica naquela manifestação está, em minha opinião, na infância hermenêutica, pedindo colo de qualquer um por medo do abandono social. E é tremendamente ingênuo sobre a repressão global ao Cristianismo que pode, sim, chegar ao Brasil na próxima geração (duvida? Procure o artigo no THE INDEPENDENT, "Christians: the most persecuted people in the world").
Acorda gente! Amor não é sentimentalismo não! O amor não tem prazer na injustiça, e se alegra com a verdade! O amor ama tanto o bem, que sofre mais com a profanação do nome de Deus do que com a rejeição dos homens.
Obs: peço que ninguém se ofenda. Confesso a minha suspeita crescente do sentimentalismo gospel. Esse assunto pede trabalho crítico e reflexão ética de alto nível em equipe, e não beijinhos e abraços em nome da aceitação pública.
O ENGAJAMENTO CRÍTICO COM A REVOLUÇÃO AFETIVA NÃO PODE SER MERAMENTE UM EVANGELHO AFETIVIZADO. ACORDA GENTE!
E lá vai de novo... o meu link sobre a revolução afetiva:https://www.youtube.com/watch?v=2xyj9DtaYkM