O que é teologia da prosperidade?
Por Gutierres Fernandes Siqueira
Esboço preparado para ministração de aula na Escola Bíblica Dominical na Assembleia de Deus em Cubatão (SP).
O que é teologia da prosperidade?
É um movimento surgido nas primeiras décadas do século XX nos Estados Unidos da América entre os primeiros pentecostais. Sua doutrina afirma, a partir da interpretação equivocada de alguns textos bíblicos como Gênesis 17.7, Marcos 11.23-24 e Lucas 11.9-10, que os que são verdadeiramente fiéis a Deus devem desfrutar de uma excelente situação na área financeira, na saúde, na família etc. É também conhecido como Confissão Positiva e Movimento da Fé. A sua versão mais light (leve) é conhecida como Triunfalismo.
Esboço preparado para ministração de aula na Escola Bíblica Dominical na Assembleia de Deus em Cubatão (SP).
O que é teologia da prosperidade?
É um movimento surgido nas primeiras décadas do século XX nos Estados Unidos da América entre os primeiros pentecostais. Sua doutrina afirma, a partir da interpretação equivocada de alguns textos bíblicos como Gênesis 17.7, Marcos 11.23-24 e Lucas 11.9-10, que os que são verdadeiramente fiéis a Deus devem desfrutar de uma excelente situação na área financeira, na saúde, na família etc. É também conhecido como Confissão Positiva e Movimento da Fé. A sua versão mais light (leve) é conhecida como Triunfalismo.
Principais ensinamentos
Principais teorias
Quem foi o “fundador” dessa doutrina?
Um pastor norte-americano, de origem metodista, chamado Essek William Kenyou (1867-1948). Ele foi influenciado pelas ideiais de Mary Baker Eddy, fundadora da seita Ciência Cristã. A seita ensinava que a matéria não existia e que a doença e o pecado poderiam ser curados com “pensamentos positivos”.
Quem foi o principal divulgador dessa doutrina?
O grande pregador da Teologia da Prosperidade foi o pastor norte-americano Kenneth Hagin (1917-2003). Muito doente aos 16 anos, ele disse que visitou o céu e o inferno três vezes quando se converteu a Jesus Cristo. Além disso, o próprio Cristo, em pessoa, relevou para ele novas verdades sobre a fé. Essas novas verdades ficaram conhecidas como a Fórmula da Fé ensinada no livro O Nome de Jesus (Graça Editorial).
A Fórmula da Fé.
“Creia no seu coração, decrete com a boca e será seu (tomar posse)” (Kenneth Hagin). A formula de fé está associada a determinação: “eu determino...”.
Principais equívocos
Hermenêutica da Teologia da Prosperidade
A hermenêutica dos “evangelistas da fé” é uma leitura pobre e distorcida do Antigo Testamento. Veja o porquê.
Bibliografia:
LIMA, Paulo César. O Que Está por trás do G12. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000. p 57-75.
LUTZER, Erwin W. Quem é Você para Julgar? 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005. p 64-66.
RHODES, Ron. O Livro Completo das Promessas Bíblicas. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. p 19-27.
ROMEIRO, Paulo. Decepcionados com a Graça. 1 ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2005. p 117- 131.
O cristão tem que ser próspero financeiramente e livre de qualquer enfermidade. | É danoso declarar algo negativo. | Os vocábulos logos e rhema são distintos |
No texto de Isaías 53. 4,5, Deus promete curar todas as enfermidades. | Toda enfermidade procede do diabo e é consequência da falta de fé ou do pecado na vida do crente. | Toda enfermo está possesso por um demônio na sua alma e no seu corpo. |
Deus nunca diz “não” às orações de fé. | Devemos orar apenas uma vez. Oração repetida é falta de fé. | Sofrimento é falta de fé e a pobreza não combina com a posição de “filhos do Rei”. |
Incubação (visualização) | Especificar detalhadamente a bênção |
Poder criativo da palavra falada | Divinização humana |
Fórmula de Fé | Determinação |
Quem foi o “fundador” dessa doutrina?
Um pastor norte-americano, de origem metodista, chamado Essek William Kenyou (1867-1948). Ele foi influenciado pelas ideiais de Mary Baker Eddy, fundadora da seita Ciência Cristã. A seita ensinava que a matéria não existia e que a doença e o pecado poderiam ser curados com “pensamentos positivos”.
Quem foi o principal divulgador dessa doutrina?
O grande pregador da Teologia da Prosperidade foi o pastor norte-americano Kenneth Hagin (1917-2003). Muito doente aos 16 anos, ele disse que visitou o céu e o inferno três vezes quando se converteu a Jesus Cristo. Além disso, o próprio Cristo, em pessoa, relevou para ele novas verdades sobre a fé. Essas novas verdades ficaram conhecidas como a Fórmula da Fé ensinada no livro O Nome de Jesus (Graça Editorial).
A Fórmula da Fé.
“Creia no seu coração, decrete com a boca e será seu (tomar posse)” (Kenneth Hagin). A formula de fé está associada a determinação: “eu determino...”.
Principais equívocos
Privilegia a fé “para ter” em detrimento da fé “para viver”. | Coloca a emoção como fonte de fé. | Idolatra a fé que gera ansiedade pelo ter. |
Coloca todo o peso da realização nas palavras pronunciadas e na atitude mental rigorosamente mantida, em vez de apoiar-se no fato de que a fé que temos vem de Deus. | Obriga Deus a fazer nossa vontade baseada na ideia de que a fé é um poder que podemos utilizar a fim de influênciá-lo. | Ênfase demasiada no ter. |
Reduz a perspectiva ética da prosperidade à mesquinhez das coisas terrenas. | Associa sucesso à espiritualidade. | Ensina que o cristão está isento de derrotas. |
Hermenêutica da Teologia da Prosperidade
A hermenêutica dos “evangelistas da fé” é uma leitura pobre e distorcida do Antigo Testamento. Veja o porquê.
Por que as promessas de “prosperidade material” no Antigo Testamento não são para os nossos dias?
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1. Porque hoje Deus não trabalha com uma nação específica, como era Israel no Antigo Pacto, mas sim com a Igreja. Hoje todos aqueles que aceitam o sacrifício de Cristo são o Israel de Deus (Gálatas 6.16).
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2. Algumas promessas bíblicas foram feitas para indivíduos específicos. A promessa de Deus para um personagem bíblico não significa o mesmo para nós. Exemplo é Abraão em Gênesis 12.2: “Eu farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teunome; e tu, sê uma bênção”. É claro que nenhum de nós pode reivindicar essa promessa.
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3. Algumas promessas bíblicas foram feitas somente para a nação de Israel. Exemplo disso é o famoso capítulo de Deuteronômio 28.1-68.
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4. Em nenhum texto do Novo Testamento a saúde perfeita ou a prosperidade material é prometida como fruto da obediência a Deus. As “promessas” do Novo Testamento são perseguições e provações. Como disse Paulo: “E na verdade todos os que querem viver piamente em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2 Timóteo 3.12). Leia também Mateus 5. 10-11. e Marcos 10. 29-30.
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5. Os versos de sabedoria contidos em Provérbios não podem ser traduzidos como promessas. O livro de Provérbios mostra princípios gerais observados sobre o cotidiano e a vida das pessoas. Um exemplo está em Provérbios 24.25, que diz: “mas para os que julgam retamente haverá delícias, e sobre eles virá copiosa bênção”. De fato, como observa o Rei Salomão, os que julgam retamente desfrutam de delícias derivadas da justiça. É uma observação que Salomão viu na vida dele e de muitos outros, mas essa observação não é uma promessa. O autor quer dizer que a prática da justiça conduz normalmente para uma vida de delícias, mas isso não é automático. É possível praticar a justiça e desfrutar de amargura. Jesus mesmo disse: “Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça” (Mateus 5.10). Nenhuma perseguição é uma delícia. Portanto, os versos dos provérbios devem ser vistos como princípios gerais e não como promessas automáticas.
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6. Os conceitos de alguns personagens registrados na Bíblia não significam promessas bíblicas. O maior exemplo está no livro de Jó. Muito do que é dito pelos amigos de Jó depois é contestado pelo próprio Deus no início ou no final do livro. Para Bildade, por exemplo, Jó sofria aquele mal porque não era justo: “Se fores puro e reto, certamente mesmo agora ele despertará por ti, e tornará segura a habitação da tua justiça” Jó 8.6. O próprio Deus testemunhou a justiça de Jó (1.8). Bildade estava errado, mas as palavras deles estão registradas para entendermos a história e não para aplicarmos os seus conceitos equivocados para os nossos dias.
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7. A chave de compreensão do Antigo Testamento passa por Jesus Cristo. A Bíblia diz: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias a nós nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e por quem fez também o mundo” (Hebreus 1. 1-2) A chave de interpretação das promessas do Antigo Testamento precisam ser feitas a partir de uma leitura geral das Escrituras.
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8. A Bíblia é mais do que um livro de experiências. O esquema “espiritualize, alegorize e devocionalize” não serve para todos os textos bíblicos e pode distorcer o conteúdo de muitos textos. É necessário um exercício de correta interpretação do texto bíblico levando em conta o contexto imediato, a gramática, o tempo, o tipo de literatura, o contexto histórico, as interpretações históricas etc. Exemplos dessas contextualizações abusivas são as campanhas neopentecostais, tais como “318 pastores”, “Ano de Elias”, “Jejum de Sansão” etc.
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Bibliografia:
LIMA, Paulo César. O Que Está por trás do G12. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000. p 57-75.
LUTZER, Erwin W. Quem é Você para Julgar? 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005. p 64-66.
RHODES, Ron. O Livro Completo das Promessas Bíblicas. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. p 19-27.
ROMEIRO, Paulo. Decepcionados com a Graça. 1 ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2005. p 117- 131.
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