sábado, 29 de setembro de 2012

Paul Washer - 10 Acusações Contra a Igreja Moderna

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A Assembleia de Deus está se neopentecostalizando?



SEXTA-FEIRA, 28 DE SETEMBRO DE 2012

A Assembleia de Deus está se neopentecostalizando?

Em muitas Assembleias de Deus:

- O tempo da exposição da Palavra de Deus foi suprimido ou reduzido por causa de shows de coreografia ou peças teatrais.

- Pregações sobre a obra expiatória do Senhor Jesus e as ministrações do Espírito Santo cederam espaço para a falaciosa Teologia da Prosperidade e o famigerado "reteté". 

- A exposição das Escrituras sob a unção do Espirito não é mais suficiente. É preciso animar auditório e recorrer a práticas bizarras, como derramar jarras de azeite sobre a cabeça. 

- O culto não é mais para Deus e faz-se de tudo um pouco para agradar as pessoas e massagear seus egos. Capoeira, gospel funk, street dance, Festa Jesuína e outras formas de entreter o povo têm sido adotadas como estratégias de "evangelização".

Está a Assembleia de Deus se neopentecostalizando? A bem da verdade, o Deus da Assembleia tem as suas reservas na terra. Há pastores e expoentes das Escrituras que têm cuidado de si mesmo e da doutrina (1 Tm 4.16) e não se deixaram influenciar pelo místico neopentecostalismo. Mas muitos líderes que se dizem assembleianos já se neopentecostalizaram, a fim de agradarem a uma multidão de interesseiros.

Quanto a mim, continuo, por graça do Senhor, andando pelo caminho estreito (Mt 7.13,14).

terça-feira, 25 de setembro de 2012

As boas novas do evangelho num mundo de más notícias


E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim. (Mateus 24:14)

Por Hernandes Dias Lopes

O mundo está empapuçado de más notícias. Tem um prazer mórbido de se alimentar com as informações dragadas do submundo do crime, da corrupção e da violência. Notícia boa não vende jornal nem desperta interesse. O homem corrompido refestela-se com os petiscos imundos do pecado. É nesse contexto de mazelas e decadência que Paulo escreve sua carta aos Romanos, para falar do evangelho. Destacamos, aqui, algumas lições:

Em primeiro lugar, qual é a natureza do evangelho. O evangelho trata das boas novas de salvação num mundo imerso na mais completa perdição. O homem morto em seus delitos e pecados é escravo da carne, do mundo e do diabo. É filho da ira e caminha para a perdição. Está no reino das trevas e sob a potestade de Satanás. Sem qualquer mérito existente nesse homem, Deus o amou. Mesmo sendo inimigo de Deus, o próprio Deus caminhou na sua direção para reconciliá-lo consigo mesmo por meio de Cristo Jesus. O Evangelho, portanto, é Deus buscando o perdido. É Deus abrindo para o pecador um novo e vivo caminho para o céu. O evangelho é a expressão da graça de Deus, manifestada em Cristo, aos pecadores perdidos.

Em segundo lugar, quais as atitudes que devemos ter em relação ao evangelho. O apóstolo Paulo assumiu três atitudes importantes em relação ao evangelho. “Eu sou devedor” (Rm 1.14). “Eu estou pronto a anunciá-lo” (Rm 1.15). “Eu não me envergonho” (Rm 1.16). Somos devedores porque Deus nos confiou esse tesouro e não podemos retê-lo apenas para nós. Precisamos ser mordomos fiéis na entrega fiel dessa mensagem salvadora. Devemos estar prontos a anunciar o evangelho em todo tempo, em todo lugar, a todas as pessoas, de todas as formas legítimas, usando todos os recursos disponíveis. Não podemos nos envergonhar dessa mais importante mensagem, a boa nova de que Deus nos amou e enviou seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna!

Em terceiro lugar, qual é a eficácia do evangelho. O evangelho é o poder de Deus para a salvação. Porque Deus é onipotente, o evangelho também o é. Não há outra alternativa para o homem ser salvo a não ser pelo evangelho. Não há pecador tão arruinado moralmente e tão perdido espiritualmente que o evangelho não possa alcançá-lo. O evangelho não é um poder destruidor. É o poder de Deus para a salvação. É o poder que levanta o caído, que encontra o perdido e dá vida ao que está morto em seus pecados. O evangelho revela-nos que a salvação está em Cristo e somente nele. Nenhuma religião pode salvar o homem. Nenhum credo religioso pode reconciliar o homem com Deus. Nenhum sacrifício ou obra humana pode aliviar a consciência do pecador nem mesmo conduzi-lo à salvação.

Em quarto lugar, qual é a exigência do evangelho. O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê. O evangelho de Cristo oferece salvação a todos sem acepção, mas não a todos sem exceção. Há uma limitação imposta. O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê e não para aqueles que permanecem incrédulos e impenitentes. A ideia de que no dia final todos serão salvos está absolutamente equivocada. A salvação universal, ou seja, para todos sem exceção é uma grande falácia. O evangelho é a melhor notícia, vindo do céu, da parte do próprio Deus, acerca da salvação eterna em Cristo Jesus, oferecendo-nos redenção, remissão de pecados e vida eterna. Sabendo disto precisamos tomar duas atitudes:

Primeira, recebermos com gratidão, pela fé, essa gloriosa oferta. Segunda, comprometermo-nos a proclamar essa mensagem com senso de urgência, no poder do Espírito Santo.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O Tempora, O Mores: Sem liderança, o povo cai...

O Tempora, O Mores: Sem liderança, o povo cai...: Estou muito desanimado com a baixa qualidade dos pastores e a evidente falta de vocação e chamado para o ministério, o que acaba gerando pol...

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O orgulho do Ascetismo


O orgulho do Ascetismo

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Por Carlos R.R. Junior

Lendo trechos de um livro de John MacArthur, intitulado “A Procura De Algo Mais” encontrei esta passagem esclarecedora sobre o assunto “ascetismo”:

Numa manhã de domingo, eu estava terminando de pregar quando, de repente, um homem se aproximou do púlpito, gritando em alta voz: "Eu tenho algo a dizer. Eu tenho algo a dizer!" Antes que os porteiros pudessem escoltá-lo para fora, o gravador captou o que ele gritara à congregação: "Vocês são falsos religiosos, hipócritas materialistas. Se vocês amassem mesmo a Deus, se livrariam de seus carros e casas luxuosas e dariam tudo o que têm aos pobres. Vocês serviriam a Deus na pobreza como o fez Jesus". 

Essa era a opinião dele a respeito de espiritualidade, e ele queria que todo mundo soubesse. Felizmente, esse tipo de comportamento é incomum. Mas esse conceito a respeito de espiritualidade não é nada incomum. Ele é chamado de ascetismo, e tem ameaçado a igreja por séculos. De fato, foi um dos heréticos aditivos sobre os quais Paulo advertira os cristãos em Colossos a evitarem:
Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: Não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquilo outro, segundo os preceitos e doutrinas dos homens? pois que todas estas cousas, com o uso, se destroem. Tais cousas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e falsa humildade, e rigor ascético; todavia não tem valor algum contra a sensualidade. (Colossenses 2.20-23)
Um asceta é alguém que vive uma vida de rigorosa auto-abnegação como meio de adquirir perdão de Deus. 

Os extremos do ascetismo são em geral associados ao monasticismo, que apelava a pessoas que acreditavam que a expiação do pecado e, portanto, a verdadeira espiritualidade exigia pobreza extrema ou renúncia de tudo, para que alguém se tornasse uma freira ou um monge. 

Nosso Senhor requer que tomemos nossa cruz e o sigamos, e há muitos testemunhos das bênçãos provenientes da auto-renúncia. Biblicamente, ela não é uma tentativa de obter perdão ou espiritualidade através de auto-humilhação. Ao contrário, é uma resposta voluntária de um coração dedicado a servir a Cristo a qualquer custo. O ascetismo é um assunto diferente. Ele é motivado por orgulho, e não pela humildade; é uma tentativa de realizar, na energia da carne, um relacionamento justo com Deus, o que só pode acontecer através de uma transformação divina por meio da fé em Jesus Cristo.

Paulo disse que morremos "com Cristo para os rudimentos do mundo"(Colossenses 2.20). Isso significa que não estamos algemados a nenhum sistema religioso que exige algum tipo de abstinência para nos tornarmos aceitáveis a Deus. Os ensinos ascéticos não são sábios nem mesmo úteis. Ao contrário, eles são enganosos ou destrutivos, porque simulam sabedoria e estabelecem um falso padrão de espiritualidade — um padrão que "não tem valor algum contra a sensualidade" (v. 23).

"Não tem valor algum contra a sensualidade" é uma frase difícil de interpretar. Ela pode significar que falsos padrões de espiritualidade marcados pelo legalismo não têm valor para combater os desejos da carne. Isso certamente é verdade. O ascetismo não pode restringir a carne. É por isso que tantos cristãos legalistas caem em obscena imoralidade.

Mais provável, porém, é que a frase signifique que falsos padrões de espiritualidade servem apenas para satisfazer a carne. O ascetismo, que cria um padrão para si mesmo, exalta a carne e faz a pessoa orgulhar-se de seus sacrifícios, visões e realizações espirituais. Tal ascetismo afasta de Cristo e escraviza sua vítima ao orgulho carnal.

Fonte: John MacArthur - A Procura De Algo Mais cap. Cristo + Ascetismo
Via: Reformando-me

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Fé e Ciência - Entrevista com Karl Heinz Kienitz


quinta-feira, setembro 13, 2012

Fé e Ciência - Entrevista com Karl Heinz Kienitz

Aguardem para breve o vídeo do programa Academia em Debate onde entrevistei Dr. Karl Heinz, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica. Enquanto isto, ele gentilmente permitiu que a entrevista viesse de forma escrita aqui para o blog.

Dr. Karl Heinz é engenheiro de eletrônica, graduado e pós-graduado (mestrado) pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Obteve seu doutorado em engenharia elétrica pela Escola Politécnica Federal de Zurique, na Suíça. Atualmente é professor no ITA. Sua área de especialidade chama-se Sistemas e Controle, a parte da engenharia diretamente relacionada à automação. Ele é membro da Igreja Batista em São José dos Campos.

É autor do blog Fé e Ciência, onde trata da relação entre estas duas realidades.

Segue abaixo a entrevista.


Augustus O senhor é professor numa das escolas de tecnologia mais respeitadas do país, onde certamente os métodos científicos são seguidos com rigor. Ao mesmo tempo, o senhor é um cristão, que professa acreditar nos relatos da Bíblia. Existe alguma coisa na ciência que o obrigaria a desacreditar na Bíblia?

Karl - É quase o contrário: há coisas na Bíblia que me ajudam a confiar no método científico como uma ferramenta útil. Entre outras coisas, a Bíblia nos revela que Deus é consistente em seu governo da criação, e não cheio de caprichos (por exemplo em Romanos 1.20,  “Pois os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles são inescusáveis.”) Assim, de antemão espero descobrir padrões regulares no estudo da natureza, e é a isso que se propõe o método científico.

Augustus Por que algumas pessoas insistem que há uma incompatibilidade radical entre a fé cristã e a ciência moderna?

Karl - Porque tais pessoas não possuem conceitos consistentes de ciência e fé (por exemplo confundem fé, religião e teologia, ou confundem ciência com plausibilidade), ou possuem motivos ideológicos para dogmatizar uma incompatibilidade entre fé cristã e ciência, que de fato não existe.

Augustus - Poderia dar uma definição de ciência? E dizer por que ela não conflita com a fé cristã de que há um Deus que criou todas as coisas?

Karl - Ciência é o conhecimento ou um sistema de conhecimentos que abarca verdades gerais ou a operação de leis gerais identificadas e testadas através do método científico. O método científico é um conjunto de regras básicas que fazem uso da razão para juntar evidências observáveis, empíricas e mensuráveis.

Embora procedimentos variem de uma área da ciência para outra, é possível determinar certos elementos que diferenciam o método científico de outros métodos. Primeiramente o cientista propõe hipóteses para explicar certo fenômeno ou observação de interesse. Baseado em suas hipóteses, o cientista faz previsões e então desenvolve experimentos e verificações para testar suas previsões. Previsões não confirmadas levam à rejeição das hipóteses. Hipóteses não rejeitadas eventualmente podem ser consolidadas em teorias. Toda hipótese ou teoria deve necessariamente permitir a formulação de previsões e permanece constantemente sujeita a novos testes, podendo ser refutada à luz de nova informação experimental. Todo o processo precisa ser objetivo, para que o cientista seja imparcial na interpretação dos resultados.

Outra expectativa básica do método científico é que todo o procedimento precisa ser documentado, tanto os dados quanto os procedimentos, para que outros cientistas possam analisá-los e reproduzi-los. Cientistas são fabricantes de mapas do mundo físico. Nenhum mapa nos diz tudo o que poderia ser dito sobre um terreno particular, mas numa determinada escala pode representar a estrutura existente com boa fidelidade. No sentido de uma verosimilitude crescente, de aproximações cada vez melhores da verdade sobre a matéria, a ciência nos proporciona um domínio cada vez mais firme da realidade material.

Retorno aos motivos para um “não-conflito” entre fé cristã e ciência, citando um motivo apenas. Como dito anteriormente, a Bíblia nos revela que o Criador é consistente em seu governo da criação. Portanto de antemão espero descobrir padrões regulares no estudo da natureza, ao que se propõe o método científico.

Augustus - Existem provas científicas da existência de Deus?

Karl - Não. Mas existem evidências científicas que apontam para a existência de um Criador. Várias dessas evidências motivaram a Teoria do Design Inteligente. Adicionalmente, evidências históricas, argumentos filosóficos e teológicos mostram ser mais razoável admitir a existência de Deus do que negá-la.

Augustus - As estatísticas nos dizem que mais 90 por cento da população brasileira crê em Deus e que apenas um mínimo é ateu. Mas quando a pesquisa é feita no âmbito da academia, a situação muda – a maioria dos cientistas afirma ser ateu ou agnóstico. Por que isto?

Karl - Uma grande parte do atual ceticismo, ateísmo e agnosticismo na academia deve-se ao espaço que damos a intelectuais impulsivos, que – em muitas ocasiões – deveriam pesquisar mais e falar menos. Como acadêmicos, precisamos ser críticos e pragmáticos para não aceitar discursos ideológicos. Deixe-me citar um exemplo. Em 1888 Nietzsche anotou a frase “Quanto mais próximo se está da ciência, maior é o crime de ser cristão,” num texto com o título Das Gesetz wider das Christenthum. Toda sua conduta e seu ensino transpiravam tal noção. O sórdido da frase é que ela foi escrita poucos anos depois que os cristãos Joule, Maxwell e Pasteur deram suas monumentais contribuições à ciência.

Hoje, na academia, a muitos parece adequado optar pela adoção simultânea da ideologia anticristã de Nietzsche e da ciência dos cristãos Joule, Maxwell e Pasteur, a quem Nietzsche - pela generalidade da sua frase – classifica de “criminosos”. Essa opção é essencialmente cultural e, na minha opinião, merecedora de reconsideração crítica.

Augustus - Entre os fundadores da moderna ciência há muitos pesquisadores que eram cristãos convictos, criacionistas – por que este fato é omitido quando o trabalho deles é mencionado em sala de aula?

Permita-me propor uma pequena reformulação na parte inicial da pergunta: não foram “muitos” cristãos convictos entre os fundadores da ciência moderna; foram todos, com poucas possíveis exceções, das quais não lembro uma sequer...

A menção à fé de cristãos que atuaram como cientistas é omitida em sala de aula por um de dois motivos: (a) o professor não tem a mínima ideia de que aqueles cientistas foram cristãos; ou (b) o professor é da opinião de que a fé cristã daqueles cientistas não teve relação alguma com a ciência que praticavam, o que em muitos casos – talvez na maioria dos casos – está em total desacordo com o entendimento dos próprios cientistas. Nos casos de Kepler, Joule e Maxwell, para citar 3 nomes apenas, a motivação para fazer ciência estava intimamente ligada à sua fé cristã. Mas a fé cristã não tem impacto somente na motivação para se fazer ciência: o respeito à vida humana, à integridade física e emocional de pessoas envolvidas na pesquisa, preocupação com os animais e com o meio ambiente, etc. são preocupações normais p/ um cientista de fé cristã.

Um cientista bastante conhecido na Europa, que enfatizou a importância da fé cristã para que se pratique uma ciência que sirva à humanidade e não prejudique à natureza foi Max Thürkauf, químico que recebeu o prêmio Ruzicka de Química, em 1963.

Augustus - Muitos jovens cristãos acabam perdendo a fé e abandonando o cristianismo quando entram no ambiente do ensino superior. Quais seriam as causas, na sua opinião?

Karl - O jovem cristão muitas vezes não está preparado para ter sua fé questionada. Além disso, muitas vezes, sucumbe ao “efeito rebanhão” (fazer, dizer e acreditar o que todo mundo à sua volta acredita) e/ou à “síndrome da admiração dos semi-deuses” (aceitar sem reflexão crítica o que professores afirmam). Nas igrejas os jovens precisam ser ensinados a expor, perguntar, debater, questionar e defender suas opiniões.

Augustus - Atualmente há um movimento crescente dentro da academia liderado por pesquisadores cristãos e não cristãos que questionam a afirmação do darwinismo naturalista de que a vida em toda a sua complexidade é decorrente de mutações e adaptações genéticas que  aconteceram meramente por acaso e que o propósito que se percebe na natureza é somente aparente. É possível para um cientista cristão que crê no Deus da Bíblia concordar que o acaso está por detrás da realidade?

Karl - Não vejo possibilidade de explicar a diversidade da vida com o acaso. Mas isto não decorre da minha fé no Deus da Bíblia. Cálculos de probabilidades feitos por diversos cientistas de renome deixam claro que em algum ponto de um (alegado) processo evolucionário seria necessário algo como um “direcionamento útil,” o que tornaria o processo “não-darwiniano”. Como cristão eu tenho certeza de que Deus tudo criou. Essa certeza é “pela fé”, exatamente como explicado na carta aos Hebreus, na Bíblia. Como engenheiro estou preocupado em trabalhar com a natureza e cuidar dela. Vejo grandes limitações para a investigação e articulação de uma compreensão abrangente das origens daquilo de que nós (inclusive nossa capacidade explicativa) somos parte integrante. A teoria de sistemas não suporta expectativas de que esse tipo de empreitada dê certo. Essa é a principal razão para que eu não me dedique a conjecturas sobre origens.

Augustus - Que conselhos o senhor daria a um jovem cristão que entra no ensino superior e especialmente na área das ciências exatas?

Karl - Acho importante que o jovem cristão conheça e leia sua Bíblia, pratique sua fé, mantenha contato com outros estudantes cristãos, leia bons livros e conheça a história dos grandes cientistas, inclusive daqueles com fé no Deus da Bíblia. (A todos os estudantes cristãos recomendo a leitura do livro “A mente cristã num mundo sem Deus”, de James Emery White; essa recomendação vale para estudantes de todas as áreas.)

Augustus - A ciência hoje está em guerra com a religião?

Karl - Ciência natural não está em guerra com a fé cristã; a segunda favoreceu o surgimento da primeira. Como disse Max Planck, a prova mais imediata da compatibilidade entre fé cristã e ciência natural, mesmo sob análise detalhada e crítica, é o fato histórico de que justamente os maiores cientistas de todos os tempos, homens como Kepler, Newton, Leibniz, foram cristãos. Mas alguns cientistas e alguns teólogos estiveram em conflito em várias ocasiões ao longo da história por motivos que precisam ser estudados e entendidos, para que aprendamos as lições pertinentes.

Augustus - A ciência elimina ou corrobora a fé em Deus? 

Karl - Teólogos de Alexandria (séc. IV e V) enfatizaram: (a) a unidade racional do universo e sua criação do nada por Deus; (b) a inteligibilidade do universo para a mente humana; (c) a liberdade contingente do universo. Essa concepção alexandrina favoreceu tanto o entendimento e usufruto da obra de Cristo quanto o desenvolvimento e uso do método científico. Grosseteste e Roger Bacon, que eu considero os primeiros cientistas (no sentido de usarem o método experimental) tinham o mesmo entendimento dos alexandrinos. O teólogo T. F. Torrance argumenta que o mesmo valeu para outros cientistas, como por exemplo Maxwell. Nesse contexto, entendo que a ciência, como bom fruto da dedicação intelectual e prática desses cristãos, acaba corroborando sua fé.

Augustus - Como é possível eliminar a tensão entre relatos científicos e religiosos sobre a origem do universo e da vida?

Karl - Entendo que há tensão entre interpretações teológicas específicas das Escrituras e interpretações e extrapolações de observações por cientistas. Teólogos e cientistas devem continuar trabalhando com dedicação, buscando sempre um entendimento compatível com a realidade.

Augustus - Para fazer ciência é necessário supor que o universo e a natureza são inteligíveis para a mente humana. Quais são as pressuposições metafísicas e epistemológicas que justificam a atividade científica?

Karl - Abaixo listo exemplos de crenças filosóficas que encorajam a pesquisa científica:

  1. Eventos no mundo natural tipicamente tem causas (imediatas) no mundo natural.
  2. O tempo é “linear”. 
  3. Causas e efeitos no mundo natural têm alguma regularidade no espaço e tempo.
  4. Causas e efeitos podem ser – ao menos em parte – racionalmente compreendidas.
  5. Os constituinte e comportamentos naturais fundamentais não podem ser deduzidos pela lógica a partir de princípios fundamentais. Precisamos utilizar observações e experimentos para aumentar nossa lógica e intuição.
  6. Estudar a natureza da forma indicada no item anterior é um investimento válido de tempo e talento.

Augustus - O universo e a vida são auto-existentes, auto-suficientes, auto-organizados, ou estão fundados numa realidade que transcende o nexo espaço-tempo-matéria-energia?

Karl - A história mostra que a quebra (pelos teólogos alexandrinos) da noção Aristotélica da eternidade do mundo foi seminal para o surgimento do método científico. Hoje a Física relata evidências que apontam para um início para o universo. Decido-me pelo entendimento cristão de que tudo que existe está fundado numa realidade que transcende o nexo espaço-tempo-matéria-energia; vejo dificuldades para quem prefere a outra opção.

Augustus - Há limites sobre o que a ciência pode nos dizer para explicar a origem e a realidade do universo e da vida? 

Karl - Há limites. Eu já indiquei minha “desconfiança” sobre o uso do método científico para encontrar uma explicação abrangente acerca da origem do homem. Louis Neel, Nobel de Física de 1970, disse que a busca do cientista por uma explicação abrangente da sua origem equivaleria à reconstrução da história do automóvel por um dos pistões de um motor automotivo. 

Augustus - Sendo as teorias e os modelos científicos meros construtos humanos, com limites heurísticos, passíveis de revisão e até o descarte ao serem submetidas ao contexto de justificação teórica, as afirmações dos cientistas sobre a origem e evolução do universo e da vida não deveriam ser menos assertivas? 

Karl - Sim, definitivamente. Veja só esta declaração do Prof. Franz M. Wuketits (professor das Univ. Viena e Graz): “Nós pressupomos a correção de princípio da teoria da evolução biológica, pressupomos que a teoria da evolução possui validade universal.” Pressuposições desse tipo são incompatíveis com ciência.

Augustus - Hoje a ciência está fundada no materialismo reducionista. Os seres vivos, especialmente os humanos, e o resto da natureza, são o resultado apenas de matéria e energia?

Karl - A assertiva antes da pergunta não é verdadeira. A ciência está fundada no método científico e não no materialismo reducionista. Que o ser humano é resultado apenas de matéria e energia pode ser opinião de muitos, mas é uma opinião que esbarra em toda a ordem de problemas na discussão de ética, estética, emoções, consciência, etc.

Augustus - Esse materialismo reducionista ajuda ou atrapalha o avanço da boa ciência?

Karl - O materialismo reducionista atrapalha a boa ciência, entre outras coisas, pelos problemas éticos que provoca. O Prof. Max Thürkauf, a quem já mencionei, deixou claro que o materialismo precisa ser responsabilizado por muitas catástrofes nucleares e ecológicas que presenciamos no século XX. Thürkauf disse que, se quisermos uma ciência que sirva ao homem, o cientista precisa “orar e trabalhar”.

Augustus - Ideias, até as ideias científicas, têm consequências. Como conciliar a visão religiosa do ser humano ter lugar diferenciado na natureza e a visão darwinista que o reduz ao nível dos demais animais?

Karl - Não vejo possibilidade de conciliação.

Augustus - Se Deus não existe, tudo é possível (Dostoievski). Se a ciência na sua limitação heurística não pode falar sobre valores, por que os cientistas rejeitam a moralidade derivada das Sagradas Escrituras, e desvalorizam o ser humano – imago Dei supostamente baseados na ciência? 

Karl - A rejeição mencionada na pergunta ocorre por conveniência. O fenômeno já era explicado por Pascal: “A vontade, que prefere um aspecto a outro, afasta a mente de considerar as qualidades daquilo que não gosta de ver.” “O coração tem razões que a própria razão desconhece.”

Augustus - Os atuais avanços em diversas áreas científicas estão fortalecendo cada vez mais os relatos de criação das religiões monoteístas, mas a comunidade científica não aborda essas questões. Seria temor da falência do materialismo científico e que Deus retorne às universidades como uma ideia filosófica e cientificamente plausível?

Karl - Sim, acho que este temor existe em parte da academia. Porém fé monoteísta não resulta da interpretações científicas. Não é este o caminho a seguir. Em particular, a fé cristã tem uma natureza “a priorística” na medida em que pressupõe uma noção de Deus. Nesse contexto, algo como uma teologia natural pode ajudar um pouco. Acho que Romanos 1.20 legitima tal percepção.

Pessoalmente também considero interessantes argumentos filosóficos acerca da existência de Deus. Mas, o que é realmente importante (e independente de se crer em Deus ou não), é nos ocuparmos com a pessoa de Jesus, cuja obra e ministério estão descritos de forma confiável no Novo Testamento. Seus relatos nos obrigam a uma tomada de posição ou à ignorância deliberada, que seria incompatível com qualquer pretensão de seriedade. É ocupação com história... Além disso, fé cristã resulta em realidade observável na própria vida. A partir dela, se estabelece uma dinâmica do conhecimento de Deus, semelhante à dinâmica do conhecimento científico.

Acho muito útil a explicação de T.F. Torrance sobre a estratificação do conhecimento de Deus, para entender um pouco melhor a semelhança que existe entre conhecimento científico e conhecimento teológico cristão.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Gospel de Rapina,louvor na Igreja só com Direitos Autorais.


Gospel de rapina

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Por Walter McAlister

Soube hoje que as Igrejas Cristãs Nova Vida, da qual sou o Bispo Primaz, foram notificadas de que teriam de pagar direitos autorais pela execução de músicas de “louvor” nos seus cultos. Cada uma de nossas igrejas ficaria, assim, responsável por declarar o número de membros e a frequência aos seus cultos, para que fosse avaliado o imposto a ser pago ao Christian Copyright Licensing International (CCLI), sociedade que realiza a arrecadação e a distribuição de direitos autorais decorrentes da execução pública de músicas nacionais e estrangeiras. Por sua vez, o CCLI repassaria o valor devido aos compositores cujas músicas estão cadastradas.

São poucas as vezes em que me vejo sequestrado por um assunto do momento aqui no blog. Tenho como norma pessoal não me deixar levar pelas “últimas”.  Já há bastante alvoroço em torno de assuntos efêmeros e não precisam da minha voz para somar à confusão instaurada por “notícias” e controvérsias. Não obstante essa regra que tento seguir, não posso me calar ante esse fato. Já deixei passar algumas horas até que a minha revolta se acalmasse, para que, no seu lugar, pudesse me expressar com clareza e me reportar às Escrituras como regra. Pois, em meio ao transtorno, ninguém se contém e acaba por pecar pelo excesso. Isso não quer dizer que me sinta menos convicto sobre o que tenho a dizer, mas quero realmente trazer uma perspectiva lúcida.

Comecemos pelo que constitui o direito autoral e o porquê da sua existência. Seria justo que alguém lucrasse pelo trabalho, a inspiração e a arte de outro sem que o autor da obra participasse dos lucros? Certamente que não. Cada emissora de rádio, show ou outro tipo de empreendimento com fins lucrativos deve prestar a devida parcela do seu lucro a quem ajudou a produzir essa arte.

Por outro lado, a Igreja é um empreendimento com fins lucrativos? Não – segundo a definição do próprio Estado brasileiro. Ela goza de certos privilégios, na compreensão de que a sua atividade é religiosa, devota e piedosa e, sendo assim, sem fins lucrativos. Que muitos “lucram” em nome da Igreja ninguém duvida. Mas, em termos estritamente definidos pela legislação, não é um empreendimento que tenha como finalidade o lucro.

Louvar a Deus é uma atividade que gera rentabilidade? Também não. Quando cantamos ao Senhor, estamos nos expressando a Deus em sacrifício santo e agradável a Ele (se bem que não caem nesta categoria muitas das músicas que doravante serão objeto de taxação, por decreto-lei). Mas, para manter o fio da meada desta reflexão, suponhamos que as músicas adocicadas, sem fundamento em qualquer real princípio cristão, emotivas e, em alguns casos, passionais (para não dizer sensuais) sejam realmente louvor (algo que tenho tentado ensinar a nossa denominação que não são).  Cantar essas músicas traz lucro para a igreja? A resposta é não. A igreja não lucra. Não há um centavo a mais caindo nas salvas porque cantamos uma música de uma dessas cantoras gospel da moda em vez de Castelo Forte. É possível fazer um culto fundamentado apenas nas músicas riquíssimas do Cantor Cristão e da Harpa Cristã (para não falar nos Vencedores por Cristo, cuja maioria das canções não recai sobre este novo decreto-lei).

Esses cantores e essas cantoras têm o apoio de empresários da fé. Homens que também lucram absurdamente às custas da boa-fé de pessoas a quem prometem uma vida de lucro pelo seu envolvimento. Não me surpreende ver a lista de “notáveis” que apoiam essa iniciativa.

Agora, esses cantores que se venderam para emissoras de televisão, que ganham fortunas nas suas turnês “gospel” e pela venda de incontáveis CDs e DVDs, não estão satisfeitos. Querem mais. Querem “enterrar os ossos”. Tornaram-se mercadores da fé, e com essa última cartada, suas máscaras caem por terra. Que máscaras? As que fazem com que acreditemos que eles realmente creem que o culto é para Deus somente. Para eles, a igreja não passa de fonte de lucro. A igreja não passa de um negócio. Sim, porque, por essa ação, afirmam não acreditar que a igreja seja uma assembleia de sacrifício. Para eles, a igreja é uma máquina de dinheiro. Sua eclesiologia é clara. Suas lágrimas de comoção são teatro. Seus gestos de mãos erguidas não passam de encenação.

A despeito do meu repúdio por esse grupo de músicos “cristãos”, fico grato a eles por uma razão. Tenho tentado ensinar a denominação que lidero a ser mais criteriosa na escolha das músicas cantadas nos cultos. Por força da popularidade desses “superastros do louvor” a pressão da juventude e dos músicos da igreja tem sido quase insuportável. Então cantam as músicas sem devocionalidade real deles e delas para o enlevo de pessoas que nem precisavam confessar Jesus para cantá-las com comoção. Graças ao mercantilismo dos tais, vou emitir uma circular para as nossas igrejas em que instruirei todas a pagar os direitos autorais devidos caso queiram insistir em usar as referidas músicas da moda em seus cultos.

Os que não querem fazer parte desse mercado de rapina receberão uma lista compreensiva de músicas que continuam sendo de domínio público, inclusive as que compus e pelas quais nunca recebi nem quero receber um centavo. Graças a Deus, são os bons e velhos hinos que têm conteúdo e substância, confissão e verdadeiro testemunho do Evangelho. Há centenas de hinos antigos que vamos tirar das prateleiras e redescobrir. Podemos aprendê-los e retrabalhá-los para torná-los atuais aos nossos dias, com arranjos interessantes. Músicas escritas por santos e não por crianças. Músicas escritas para a glória de Deus e não para lucro sórdido. Sim, faleisórdido. Pois os atuais já lucraram com o que é legítimo. Agora vão atrás do resto. É um gospel de rapina. Sinto-me na necessidade de tomar um banho, pois essa história me forçou a passear pelo lamaçal onde esses chafurdam para encher a própria barriga – que é o seu deus, afinal.

Que bom que já me acalmei, pois realmente tinha vontade de dizer muito mais.

Na paz,

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Debate Ateus x Cristãos: Deus existe? `Certeza Sua existência decorre de nossa fé', afirma teólogo


Debate Ateus x Cristãos: Deus existe? `Certeza Sua existência decorre de nossa fé', afirma teólogo


É possível provar a existência de Deus? O tema foi discutido no programa Superpop da semana passado por cristãos e ateus. Como em todos os programas da apresentadora Luciana Gimenes em que o tema religião e crença é abordado, as discussões se toram calorosas.

De um lado, o padre Paulo Gonzalez, o pastor Antônio Silva e o sacerdote da umbanda Pai Syrus defendiam a existência de Deus, do outro, Daniel Sottomaior e Fabio Queiroz (membros da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos – Atea) negavam, de modo não menos enfático, a existência de um ser superior.

Durante o programa, foi mostrada a história de duas crianças americanas que supostamente teriam tido experiências sobrenaturais. Logan Henderson afirmou ter recebido, através de uma visão, uma mensagem de Deus. Já Colton Burpo, filho de um pastor metodista, disse ter ido ao céu e conversado com Jesus.

Apesar dos vídeos, teorias e afirmações levada pelos participantes, cada um permaneceu em seus ideais e crenças e não cederam a opiniões alheias.








Na ciência recentemente foi comprovado por uma física e filósofa americana, Danah Zohar, que além do QI (Quociente de Inteligência/inteligência intelectual), e do QE ( Quociente Emocional /Inteligência emocional), o ser humano, segundo a pesquisadora, possui uma terceira inteligência o QS, do inglês Spiritual Quocient que seria "A Inteligência Espiritual".

A doutora defende que a inteligência espiritual coloca nossos atos e experiências num contexto mais amplo de sentido e valor, tomando-os mais efetivos.

A pesquisa não afirma a existência de Deus, mas o compara com o QS sem se relacionar à religião, aumentando os horizontes das pessoas e tornando-as mais criativas.

“É uma inteligência que nos impulsiona. É com ela que abordamos e solucionamos problemas de sentido e valor. O QS está ligado à necessidade humana de ter propósito na vida. É ele que usamos para desenvolver valores éticos e crenças que vão nortear nossas ações", comenta Danah Zohar.



Para o pastor e pesquisador religioso Johnny Bernardo, a busca pela existência de Deus deve ser racional também e não apenas emocional. Segundo ele há meios não emocionais de compreensão do divino.

“Acredito ser nula a ideia de que devemos acreditar em Deus sem questionamento, sem necessidade de conhecê-lo por meio de nossa intelectualidade. Deus não nos fez tal como robôs. Ele nos deu livre-arbítrio. Somos seres pensantes. Seres que questionam. Como tais, devemos ir em busca de Deus”, disse Johnny ao The Christian Post.

Johnny ainda completa que Deus está “nos impulsionando a compreender os mecanismos (perfeitos) de funcionamento da vida e do universo que apontam para um ser espiritual inteligente”.

Para o teólogo e professor Augustus Nicodemos não é possível provar a existência de Deus por meio do método científico. Da mesma forma que não se pode provar que ele não existe usando-se o mesmo método.

Mas segundo Augustus, existem evidências científicas que apontam para a existência de um Criador, “como a afinação perfeita do universo, as complexidades irredutíveis, a presença de propósito e intencionalidade na natureza, a moralidade, etc”

Ao The Christian Post, o professor Augustus comentou que muitos cientistas não veem a possibilidade de explicar a diversidade da vida com o acaso.

“Conforme ouvi recentemente de um engenheiro do ITA, ‘cálculos de probabilidades feitos por diversos cientistas de renome deixam claro que em algum ponto de um (alegado) processo evolucionário seria necessário algo como um ‘direcionamento útil,’ o que tornaria o processo ‘não-darwiniano’.”

Augustus conclui dizendo que apesar da evidências, a existência de Deus deve ser baseada na fé.

“Nossa certeza da existência de Deus e que ele criou tudo decorre da fé, como está em Hebreus”.




Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2012/09/debate-ateus-x-cristaos-deus-existe.html#ixzz26CGJ1T9S
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Refutação bíblica da heresia chamada de cura interior


Refutação bíblica da heresia chamada de cura interior


por Daniel D. 

Sinto em ter que citar isso, mas é a pura verdade: “É compreensível que o mundo rejeite a água viva [Jesus Cristo] quando busca compreender e ajudar os que sofrem de problemas vivenciais. Contudo, à medida que o mundo passou a rejeitar as respostas bíblicas, a igreja começou a duvidar de sua própria doutrina de pecado, salvação e santificação no que se refere a sofrimentos mentais, emocionais e a problemas comportamentais”. (Livro Aconselhamento – Integrando a Psicoterapia e a Bíblia? Página 64). Infelizmente, “o caminho psicológico usurpou o lugar do caminho espiritual; as opiniões psicológicas do homem têm contaminado a Palavra de Deus” (Idem, página 65). 

Definição

 
Cura interior (psicoterapia), também chamada restauração da personalidade e restauração da alma, é um movimento neopentecostal moderno que visa a descoberta e o tratamento de problemas emocionais, como medo, complexos (de inferioridade, rejeição etc.), baixa auto-estima no intuito de que as pessoas sejam tratadas no espírito, na alma e no corpo, com ênfase na cura da alma.Coisas do passado que foram causa de sentimentos ou pensamentos negativos devem ser tratadas desde a raiz, segundo os teóricos da cura interior. A cura interior dá-se a partir de conhecimentos na área de psicologia, com aplicações de passagens bíblicas respectivas, oração, dentre outras coisas.É um termo muito usado atualmente, principalmente nas igrejas que aderiram ao G12 ou em outras simpatizantes com essa nova crença.

Somente a conversão pode restaurar o homem.

 
A derrocada tentativa da cura interior de restaurar o velho homem é uma flagrante usurpação do papel da salvação na vida do cristão. Se analisarmos a doutrina da salvação à luz da Bíblia, concluiremos que salvação é “restaurar o que a queda causou”. Ora, somente com a salvação vinda de Deus o homem pode ser restaurado. Se houvesse alguma ferramenta humana para isso Deus não teria enviado seu Filho ao mundo para nos salvar. A Bíblia nos aponta que Jesus é o salvador: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido”. (Lc.19.10). Seu nome é a expressão da salvação de Deus, que vem do hebraico “Yehovshua”. Quer dizer “o SENHOR é a salvação”. Toda a ajuda vem do alto e não da terra. Quando Jesus falava de novo nascimento a Nicodemos (Jo.3.3,5), a palavra empregada no texto grego para nascer “de novo” é “anothen”, que quer dizer: de cima, do alto, de coisas que vem do céu. Em fim, para quê restaurar o homem com auxílio de ferramentas carnais, terrenas, se nós temos a providência vinda do céu? Bem disse o apóstolo Paulo: “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo”. (2Co.10.4,5). Não precisamos utilizar da cura interior para restaurar a alma do homem, pois a ação do alto é suficiente. E quando teimamos nisso anulamos a cruz de Cristo. O apóstolo Paulo nunca ousou fazer uso de ferramentas humanas para trazer restauração nas pessoas: “Porque não me enviou Cristo para batizar, mas para pregar o evangelho; não com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo”. (1Co.1.17). Note o cuidado de Paulo para não introduzir em sua mensagem de restauração ferramentas de sabedoria humana.

Jesus é suficiente. 

 
Disse Jesus: “Vinde a mim, todos os que estai cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”. (Mt.11.28). Não tem como fingir ou fugir dessa realidade. Ora, se Jesus nos chama até ele e nos promete o alívio, porque buscar outras fontes se creio que Jesus é suficiente na minha vida? Na verdade, muitos pastores e cristãos estão negando a suficiência de Cristo em suas vidas. Só Jesus conhece o coração humano e sabe como tratá-lo. Só ele pode fazer com que o homem seja restaurado. Na conversão, Jesus passa a fazer morada dentro do coração humano: “Respondeu-lhe Jesus: Se alguém me amar, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos a ele, e faremos nele morada”. (Jo.14.23). Como uma pessoa tem Cristo em seu coração e apela para práticas da cura interior para tratar-se? É justo o questionamento de Paulo quando diz: “Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados”. (2Co.13.5). O grande problema hoje é que os crentes não estão se convertendo, daí apelam para recursos carnais de tratamento do coração (alma).

Implantar a cura interior na vida cristã é uma negação da suficiência da santificação.


Todo o processo da santificação na vida daquele que foi verdadeiramente convertido é constante, crescente e eficaz. Como figura muito a Bíblia: “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito”. (Pv.4.18). O escritor aos Hebreus fala da santificação como um caminho a seguir: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”. (Hb.12.14). Não podemos burlar esse processo ou adiantá-lo com técnicas da cura interior. Tolo é aquele que pensa que a santificação é só para separar-nos do pecado. Não, a santificação tem o papel de nos limpar de todas as mazelas do pecado. E o pecado é a causa de todas as enfermidades físicas, emocionais e espirituais. Não fique admirado com o que vou dizer, mas todos os que seguem pelas ferramentas da psicoterapia, auto-ajuda, cura interior, etc., têm uma deficiência de entendimento das doutrinas bíblicas: do pecado e da salvação (justificação, regeneração e santificação).Vejamos os efeitos da santificação na vida daquele que faz parte da Nova Aliança:

A promessa da Nova Aliança em Ezequiel 11.19 envolve: um coração unido e não mais dividido entre traumas e Deus. Não há espaço para dor e sofrimento no coração daquele que se converteu. Deus promete colocar um novo espírito. Isto é, um novo modo de ser, novas atitudes. Mudança de coração, não mais um coração de pedra, doente, de memórias tristes, mas um novo coração. Sensível a Deus.

A promessa da Nova Aliança em Jeremias 31.31-34 envolve: um cuidado de Deus não como na aliança anterior, que tratava o exterior, mas não atingia o interior do homem (v.32). Uma aliança diferente da anterior que tinha um tabernáculo para Deus se fazer presente, mas uma nova, de Deus habitando no homem. Onde o próprio corpo do homem se torna templo e morada do Espírito de Deus (1Co.6.19). E sendo essa habitação, torna-se morada santificada, restaurada, curada para Deus morar. Um cuidado interior trazendo mudança interior. Escrevendo a Lei divina no coração e mente (v.33). Trazendo benção e cura interior dia após dia na vida do convertido. Ele não precisa verificar o que está certo ou errado moralmente falando, pois tem dentro de si a lei divina. Uma aliança onde todos os pecados são perdoados, dispensando lembranças tolas do que se fez de errado (v.34). Não tem como ser mais o mesmo um coração onde a Lei divina foi escrita; não tem como uma mente em que foi impressa a Lei do Senhor e não ser restaurada e renovada.

Tudo isso ocorre no convertido através da santificação. Todavia, a psicoterapia e todos os seus desdobramentos e práticas negam a suficiência da santificação. Embora alguns palestrantes evangélicos de cura interior não admitam essa afirmação; por mais que apregoem como ferramentas de auxílio na santificação, na prática o fazem. Como é de práxis, nas heresias e controvérsias, os divulgadores apelam para a ambigüidade e eufemismo em seus discursos defensivos. Negam de fato a suficiência da santificação.

A história do cristianismo depõe contra a cura interior.
 

Quando ouvimos o discurso dos seguidores desse modismo, percebemos que querem nos convencer de que há pessoas na igreja que estão doentes na alma e precisam ser tratadas. Todavia, como fica a igreja no decorrer de todos os séculos antes de existirem as práticas de cura interior? Todos morreram “doentes” até que finalmente a igreja veio a contar com essa “tábua de salvação”? Ora, o primeiro laboratório psicológico foi fundado pelo fisiólogo alemão Wilhelm Wundt em 1879 em Leipzig, na Alemanha. A prática da cura interior ainda é mais atual. Desconfie de movimentos que prometem a “descoberta da roda”. Todos os cristãos desde o primeiro século até antes das tais “terapias da alma” estavam fadados a doentes e mazelados? É inconcebível essa apelação dos gurus da psicologia gospel diante do testemunho triunfante da história da igreja até hoje. De vidas libertas, transformadas, curadas e perdoadas através da fé no Senhor Jesus Cristo, da cruz, do poder da Palavra de Deus e da ação do Espírito Santo em suas vidas.

A cura interior é uma afronta a sã doutrina.

 
Finalmente, as Escrituras nos ensinam: “Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina”. (Tito 2.1). A sã doutrina é o ensino puro, sem mistura sobre as verdades bíblicas, inclusive as verdades que citei aqui, como a do pecado, santificação, conversão, mente cristã, restauração, Nova Aliança, etc. Se você mistura à esses assuntos as teorias da psicoterapia/cura interior pode está certo que está tornando impuro a doutrina cristã. Já não é mais sã. Por isso que afirmo ser uma afronta a sã doutrina. Pois todo o ensino necessário para a vida do cristão já existe e é suficiente:

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça”. (2Tm.3.16).

“Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança”. (Rm.15.4).